"Em Família" está chegando ao capítulo 100, mas Cláudia Assunção, Rafael Tombini e Wilson Rabelo ainda não apareceram na história. Os três foram escalados para a novela de Manoel Carlos e seguem aguardando convocação para gravar. Eles continuam contratados e recebendo os capítulos, só que, até o momento, a participação dos três atores se restringe aos seus nomes que aparecem nos créditos de abertura do folhetim.
O gaúcho Rafael Tombini foi chamado para "Em Família" após trabalhar com o diretor Jayme Monjardim no filme "O Tempo e o Vento". Ele interpretaria Leandro, irmão de Chica (Natália do Vale), Selma (Ana Beatriz Nogueira) e Juliana (Vanessa Gerbelli) que mora nos Estados Unidos. Nos primeiros capítulos, o caçula da família ainda era citado, o que já não acontece há meses.
Segundo uma fonte de Purepeople, seu personagem provavelmente não entrará mais. Por causa dos problemas de audiência enfrentados por "Em Família", Manoel Carlos abandonou alguns núcleos inicialmente pensados para dar mais agilidade à trama. Louise D´ Tuani, por exemplo, que viveria sua filha, entrou na novela com outra personagem - a pianista Lívia.
"Uma produtora pediu fotos minhas atuais para encaminhar ao autor. Talvez eu também entre com outro papel. Não sei o que vai acontecer", lamenta ele. "No início, eu tinha mais ansiedade. A cada capítulo que recebia, corria para ver se meu personagem aparecia. Agora deixo a coisa acontecer. Até mesmo para depois não ficar o sentimento de frustração".
'Fico presa'
Já a mineira Cláudia Assunção não consegue conter a ansiedade. Escalada para interpretar Mafalda, a mãe oportunista de Shirley (Viviane Pasmanter), a atriz aguarda convocação para gravar. Na história, a personagem abandonou Viriato (Antonio Petrin) e vive atualmente em Brasília com um namorado bem mais novo.
"Dá uma ansiedade com misto de decepção. Isso é inevitável porque a novela está caminhando para a reta final, né. Ficamos nas mãos do autor. A personagem pode entrar a qualquer momento, como pode simplesmente não entrar", diz Cláudia, que também foi convidada pelo diretor Monjardim após uma elogiada participação em "Avenida Brasil".
Para complicar ainda mais sua situação, a atriz não pôde aceitar um convite para atuar na série "O Caçador" por causa de "Em Família". "Fico presa e impedida de fazer outras coisas. Na Globo, você pode até estar no ar em dois trabalhos ao mesmo tempo, mas só se um já estiver gravado. O que a gente quer é trabalhar. Só gero trabalho para mim, trabalhando".
Pai ausente
O também mineiro Wilson Rabelo não se incomoda em ainda não ter aparecido na novela. Ele só quer uma coisa: quando for para entrar, que tenha importância na trama. "Se o autor reservar uma cena dramática para mim, ficarei satisfeito. Quero ter uma função, melhor do que entrar hoje para ficar passando em frente à câmera, olhando para o nada", opina o ator que participou de "Flor do Caribe" e interpretou Cartola no especial "Por Toda Minha Vida".
Rabelo foi escalado para viver Batista, pai ausente da enfermeira e vítima de violência sexual Neidinha (Elina de Souza). Com a demora para entrar, ele até cogita uma mudança de papel.
"Tenho uma semelhança física com o ator que fez o estuprador na primeira fase. Como estão atrás dele, não vou estranhar se me chamarem para interpretá-lo já mais velho. Se isso acontecer, estarei aberto", diz o ator, que aproveita o tempo que não está gravando se preparando para interpretar em breve no teatro o sambista Paulo da Portela.
(Por Anderson Dezan)
