Por cerca de 27 anos, Cid Moreira esteve à frente do "Jornal Nacional", entre 1969 e 1996, sendo seu primeiro apresentador. Foram aproximadamente 8 mil edições do mais importante telejornal do Brasil. Mais uma grande e irreparável perda nesse ano, o jornalista morreu aos 97 anos por conta de falência múltipla dos órgãos decorrente de pneumonia nesta quinta-feira (3) em Petrópolis, Região Serrana do Rio.
Em abril de 2015, Cid e Sérgio Chapelin retornaram ao "JN" e chegaram a dividir a bancada com William Bonner e Renata Vasconcellos. Já na vida pessoal, nos últimos anos o apresentador nascido em Taubaté (SP) e que passou ainda pelo "Fantástico", onde era o responsável pela locução do quadro do Mister M, se envolveu em uma série de polêmicas com o filho adotivo, envolvendo acusação de estupro.
Mas você sabia que Cid Moreira quebrou um protocolo no "Jornal Nacional" em 17 de agosto de 1987? O Purepeople te conta como foi isso.
É que naquele dia, o Brasil se despediu do poeta Carlos Drummond de Andrade, aos 84 anos e após um infarto. Como forma de homenagear o mineiro de Itabira, o "JN" não foi encerrado com o tradicional "boa noite", como ocorre com outras mortes e tragédias.
Ao invés disso, Cid surgiu em pé à frente de uma foto de Drummon e declamou o poema "José". "Quando o Carlos Drummond de Andrade morreu, fizemos um 'boa noite' diferente. No final do jornal, sussurrei: 'E agora?'. Senti vontade de fazer aquilo, e fiz. E ninguém esperava isso", recordou ao "Memória Globo".
"Fizeram uma fila para me cumprimentar, e até hoje me sinto honrado. O Alexandre Garcia, o Paulo Henrique Amorim (1942-2019), o Armando Nogueira (1927-2010), enfim, todo mundo fez fila para me abraçar. 'Que jogada!', disseram. Tenho isso dentro de mim", acrescentou