Julio Andrade teve que passar por uma verdadeira transformação para interpretar Paulo Coelho no filme "Não Pare na Pista". O ator, que dá vida ao escritor na juventudade e na maturidade, encarou cinco horas de maquiagem para ficar com o mesmo rosto do escritor. A técnica usada para o envelhecimento do personagem foi criada pela empresa DDT Efectos Especiales, responsável pelos efeitos de filmes como "Harry Potter" e "A Dama de Ferro".
Em entrevista à revista "Veja", Julio falou sobre a principal dificuldade para o papel. "O maior desafio para mim foi usar a prótese de cinco quilos com o rosto do Paulo Coelho, que limitou a minha emoção, a minha alma dentro de cena. Eu só tinha o meu olho ali, como ferramenta expressiva. E ser convincente, porque, quando você faz um personagem desses, o risco de cair numa imitação é grande. Eu poderia fazer o jeito de falar dele, mas eu não queria isso, entendeu? Queria que as pessoas acreditassem no que viam, não que parecesse um remedo", disse.
Julio ficou muito feliz com o convite para o longa-metragem, mesmo sem nunca ter se aprofundado na obra de Paulo Coelho. "Eu o conhecia como todo mundo, apenas, como quem já leu algum livro dele. Eu li 'O Diário de um Mago' aos 15 anos e gostei, acho que passei um pouco pelo 'Alquimista' também, mas não lembro muito das histórias. Lembro mais de ver Paulo Coelho na imprensa. De repente pintou esse filme. Fiquei surpreso", comentou.
O ator também relembrou na entrevista que o primeiro contato com Paulo Coelho foi conturbado e só aos poucos eles passaram a ser amigos.
"Ele foi um cara super simpático, me recebeu na casa dele, mas a gente não chegou a se conectar naquele encontro. Acho que foi só no Caminho de Santiago que a gente se entendeu, ele percebeu que eu estava ali por mérito e que era um ator que seguraria a onda. Hoje, a gente se liga. Ele me ligou para falar do filme, disse que adorou, se emocionou", ressaltou.
Com direção de Daniel Augusto, o filme também tem no elenco Ravel Andrade, Lucci Ferreira, Letícia Colin, Fabíula Nascimento, Enrique Diaz e Paz Vega.
