Por muito tempo, nude foi sinônimo de bege e de tons que cercavam essa cor na paleta de cores. Entretanto, com a pauta da diversidade cada vez mais em evidência em semanas de moda no Brasil e pelo mundo, diferentes marcas incluíram em seus produtos tons que atendem mulheres negras. No Dia da Consciência Negra, o Purepeople mostra alguns deles e conversa com a stylist Fernanda Gunutzman sobre tal crescimento. Inserida no meio fashion desde o começo da década de 90, a especialista conta que o surgimento do nude para pele negra aconteceu há pouco tempo. "Isso é muito recente, quando comecei à trabalhar com moda, fazia muito catálogo de moda íntima, com tons para segunda pele. E nem tínhamos modelos negras. Os clientes nem pensavam em atender a mulher negra", afirma.
Segundo Fernanda, o mercado está crescendo, mas ainda há muito a ser explorado. "Acho que começamos a ver a mudança, mas ainda é muito difícil encontrar todas as tonalidades. É muito importante que essa representatividade seja cada vez mais demonstrada na moda. Chegamos num momento onde a indústria não pode mais ignorar que existem mulheres negras e que também são consumidoras. E devem ser cuidadas como mulheres como todos as outras", afirma a stylist.
No começo deste mês, por exemplo, a marca Gaynor Minden ganhou repercussão por lançar, em produção de larga escala, sapatilhas de balé em quatro tons diferentes do rosa. Tal fato, pondera Fernanda, ainda pode ser visto como uma exceção. "No balé, as roupas precisam ser no mesmo tom da pele da bailarina e nesse caso, temos que improvisar. Acho que é muito pontual ainda, mesmo fora, não é algo que vemos com facilidade em lojas e magazines", argumenta.
1 - Maquiagem
A make foi um dos primeiros setores a perceber a necessidade de mulheres negras terem produtos adequados ao seu tom de pele. E eles surgiram em grandes marcas como a Dior - a base escolhida por Meghan Markle, por exemplo, em seu casamento,está disponível em mais de 40 tons - e em labels nacionais, como a Negra Rosa, que desenvolve diferentes produtos nos tons. Este ano, a Benefit lançou outros três tons à linha de corretivos e atendeu às consumidoras negras.
2 - Calçados
Além da Gaynor Minden, mencionada acima, a icônica Louboutin também já lançou uma coleção inclusiva com diferentes tons de nude. "O nude não é uma cor específica e, sim, um conceito", disse o estilista, queridinho de celebs nacionais e internacionais, ao lançar a linha. Ainda no exterior, a britânica Kahmune surgiu com a mesma proposta e tem diferentes modelos de calçados.
© Divulgação, Louboutin
3 - Lingeries
Quando o assunto são peças íntimas com os "nudes reais", o mercado estrangeiro está bem mais aquecido que o nacional: fundada na Califórnia, a grife Naja propõe sete cores diferentes na cor-conceito, atendendo a mulheres com diferentes pigmentações. Com a representatividade como palavra-chave, a TomboyX não só disponibiliza peças em diferentes cores como também propõe peças unissex e com tamanhos que atendem diferentes corpos.
© Divulgação, TomboyX
© Divulgação, Naja
4 - Esmaltes
Paixão nacional, os produtos para unhas também ganharam versões nudes com duas grandes marcas: a Colorama lançou a coleção Nudes Reais em esmalte gel, com seis tons e proposta de valorizar a autoestima feminina. Já a Risqué exalta a diversidade de tons com a coleção "Nude Mistura Brasileira".
© Divulgação, Colorama
