O que aconteceu com Petra, de 'Terra e Paixão'? Saiba principais reflexos de abuso na infância na vida adulta, segundo experts
Publicado em 1 de dezembro de 2023 16:57
Por Guilherme Guidorizzi | Notícias da TV, novelas e famosos
Escreve sobre novelas e entrevista o elenco para trazer as novidades dos próximos capítulos. Produz conteúdos sobre famosos e TV.
Personagem de Debora Ozório na novela 'Terra e Paixão', Petra foi abusada sexualmente quando criança. Ao Purepeople, especialistas explicam como esse tipo de crime causa impactos na vida adulta e como os pequenos sinalizam isso aos pais
O que aconteceu com Petra na novela 'Terra e Paixão'? Psicólogo e biomédica explicam reflexos de abuso na infância na vida adulta© Divulgação, TV Globo
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Na novela "Terra e Paixão", Petra (Debora Ozório) foi abusada sexualmente quando criança e nos próximos capítulos vai impedir que o mesmo aconteça com outra menor de idade. Na trama das nove da Globo, passado alguns anos o trauma atingiu a filha de Antônio (Tony Ramos) de forma pesada e a jovem passou a desenvolver um vício em remédios tarja preta, chegando a ser internada em uma clínica de reabilitação.

[ALERTA: o texto a seguir aborda assuntos relacionados a saúde mental. Caso a matéria desperte gatilhos ou você conheça alguém que precise de ajuda, procure o Centro de Valorização à Vida, disponível 24 horas pelo telefone 188, ou o Centro de Atenção Psicossocial (Caps) mais próximo]

Esse passado doloroso de Petra só passou a ser superado com sessões de terapia com Marta (Kika Kalache). O psicólogo Alexander Bez, especialista em Síndrome do Pânico e Saúde Mental, aponta que, em alguns casos a pessoa vítima de abuso na infância, até pode se retornar um abusador no futuro.

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"Infelizmente, sim, porém tudo depende de como foi a evolução da personalidade da criança, em qual etapa do desenvolvimento infantil estava e em qual fase do crescimento da psicossexualidade a criança se encontrava", detalha o profissional ao Purepeople.

"De qualquer maneira se imprime uma fragmentação mental de etiologia psiquiátrica, levando a condutas e ações de risco", acrescenta, lembrando que a psicoterapia nesses casos tem chance de ser diferente dependendo do sexo biológico do abusado.

"Isso porque a constituição de personalidade é diferente para ambos. A psicoterapia procura tratar os sintomas que desenvolveram um trauma e ruptura mental, a diferença é como o impacto funciona para cada um deles", explica.

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Psicólogo indica acompanhamento médico com outras áreas para homens vítimas de abuso na infância

Segundo Bez, o abuso na infância também pode ocasionar traumas e silenciamentos que podem durar anos. "Com isso, muitos evitam falar a respeito do ocorrido, deixando o trauma guardado em segredo por muito tempo".

"É muito importante que se busque uma ajuda de profissional, para que o psicólogo ou psiquiatra possa ajuda. Óbvio que se for descoberto ainda criança, as chances de lidar com o trauma de uma forma mais controlada são maiores, trabalhando as questões da sexualidade e da elevação da autoestima, uma vez que o trama mexe muito com isso", indica.

Ainda de acordo com o profissional, é necessário procurar ainda outros especialistas infantis (urologista, ginecologista, imunologista, clínico, endocrinologista e infecto).

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Criança vítima de abuso dá sinais da agressão

Autora de livros a respeito da educação infantil, a biomédica Telma Abrahão acrescenta que a criança vítima de abuso (seja sexual, emocional ou físico) fica com "marcas profundas" por ainda estar em desenvolvimento em uma etapa da vida.

"Ela deveria poder confiar nos adultos, mas na grande maioria das vezes os abusadores são pessoas próximas e da família", indica.

A vítima pode ter várias reações que sinalizam para o abuso. "Medo de socializar, um grande sentimento de inadequação e muitas vezes se sentir confusa e culpada pelo que aconteceu", lista Telma, acrescentando que pode haver mudança no apetite para mais ou para menos, aumento do choro e do medo e complicações para dormir.

"E gerar distorções na forma de olhar para si, para o próprio corpo e, principalmente, para o outro", completa. Para isso, a educação tendo como base a conexão e segurança se torna algo fundamental. E com o passar dos anos, o trauma pode gerar isolamento por receio de novos abusos serem cometidos.

"E existem muitos casos de pessoas que se tornam obesas porque entendem que a gordura é uma forma de se proteger, é como um escudo protetor e uma forma de não ficar atraente", revela a profissional.

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