Era início de 2014. Neymar já havia se mudado para Barcelona, enquanto Bruna Marquezine, aos 18 anos, brilhava em "Em Família", de Manoel Carlos, e começava a entender, na prática, o preço de uma vida sob os holofotes. O namoro dos dois, iniciado em 2012, já era tratado como um dos maiores casais pop da década (e também um dos mais instáveis).
No auge da exposição, os dois se separaram pela primeira vez, e a atriz decidiu não fingir normalidade. Em uma entrevista sincera e cheia de camadas à revista Trip, Bruna compartilhou o impacto do término, as dificuldades em manter um relacionamento à distância (e ainda sob a pressão de milhões de olhos), e deixou claro que, apesar do fim, o sentimento ainda existia.
“Queríamos ficar juntos e tentamos meios de manter a nossa vida reservada. Não deu. Estou vivendo o meu sonho, e o Neymar está vivendo o sonho dele. Ficamos felizes, de verdade, um pelo outro", revelou.
Ao contrário do que muitos esperavam, Bruna não quis trocar o set de gravação por arquibancadas na Europa. Naquele momento, ela fazia questão de reforçar seus próprios planos e que não estava disposta a abrir mão da sua carreira por ninguém.
“Largar tudo nunca foi uma possibilidade. Muitos amigos citam Freud e tal. Meu manual é a Bíblia. Sou uma pessoa de fé, cristã, frequento igrejas evangélicas. Meu caminho está traçado. Não tenho que abrir mão para estar com alguém", expressou. É mole!?
O desabafo ecoava o que o Brasil ainda não sabia... aquele seria só o primeiro capítulo de uma longa história marcada por idas e vindas, manchetes, aparições públicas e reconciliações relâmpago. Bruna e Neymar ainda teriam outras voltas (entre 2014 e 2018), mas, já naquela entrevista, a atriz sinalizava uma independência rara para sua idade.
O relacionamento com Neymar coincidiu com o momento em que Bruna deixava de ser a eterna Salete de "Mulheres Apaixonadas" e se consolidava como mulher na TV. O papel sensual de Lurdinha em "Salve Jorge" virou divisor de águas, e também o ponto de virada na forma como o público passou a vê-la. A atriz revelou que, além do encantamento com a fama, vinha também a crueldade dos julgamentos: “Não sabia lidar com a maldade. Cheguei a questionar: será que é isso que quero para mim?”.
Ela falava de fake news, boatos de mau comportamento nos bastidores, e do estigma que começou a carregar por ser namorada de um dos homens mais famosos do planeta. No entanto, não parecia abatida, só crítica e mais atenta. “Entendi que não tenho controle do que vão inventar. Só tenho controle do que eu vou expor da minha vida", arrematou. Sempre diva, não é?
Entre um retoque de maquiagem e uma fala espontânea, Bruna ainda lançava frases que soam até hoje como um prenúncio do que viria. Enquanto era vista apenas como "a ex do Neymar" (por uma sociedade ainda mais machista e misógina), ela já mirava muito além: “Sonho grande. Tão grande que tenho vergonha de falar. As pessoas iam dizer: ‘Tadinha, se pensa que vai chegar lá’. Mas tracei a minha reta e vou chegar lá. E, se der, vou além do lá. Não quero que me parem".
Bruna e Neymar oficializariam o fim definitivo do relacionamento só em 2018. E, convenhamos... nos anos seguintes, Bruna realmente chegou "lá". Um currículo repleto de produções de sucesso (incluindo um filme de Hollywood) não é para poucas, viu?