Depois de 'Monstro: A História de Jeffrey Dahmer' e 'Monstros: A História de Lyle e Erik Menendez', a terceira temporada da antologia 'Monstro', criada por Ryan Murphy e Ian Brennan, traz um dos casos mais grotescos da história americana: o de Ed Gein.
Muita gente já tinha se esquecido do assassino e ladrão de túmulos cuja mente doentia inspirou clássicos do terror como 'Psicose', 'O Massacre da Serra Elétrica' e 'O Silêncio dos Inocentes', mas, com Charlie Hunnam no papel principal, 'Monstro: A História de Ed Gein' fez o público relembrar os crimes que chocaram o interior dos Estados Unidos.
Muito mais do que isso, a série TOP 1 da Netflix no momento trouxe também o ambiente familiar sufocante que moldou um dos assassinos mais perversos do século XX.
A série começa reconstruindo a infância de Ed em Plainfield, no estado de Wisconsin, Estados Unidos. A cidade pequena, fria e isolada, abrigava Augusta Gein (vivida por Laurie Metcalf), uma mulher extremamente religiosa e controladora, que ensinou aos filhos que o mundo é imoral e que as mulheres são a raiz de todo o pecado.
Ed cresceu reprimido, isolado e dependente dessa figura materna. Quando Augusta morreu, ele desabou e, incapaz de aceitar a perda, o filho passou a ter alucinações nas quais acreditava que a mãe ainda estava viva em casa. Essa fixação evoluiu para uma forma de delírio que o levou a buscar mulheres parecidas com ela: primeiro em cemitérios, depois em assassinatos reais.
O personagem principal da série 'Monstro' confessou ter desenterrado mais de 40 corpos e matado pelo menos duas mulheres entre 1947 e 1957: Mary Hogan, dona de um bar local, e Bernice Worden, uma comerciante desaparecida cujo corpo foi encontrado pendurado de cabeça para baixo no celeiro da propriedade de Gein.
Ao invadir sua casa, a polícia encontrou um verdadeiro cenário de pesadelo: móveis e objetos feitos de pele humana, crânios usados como tigelas, órgãos guardados em potes e até um cinto confeccionado com mamilos. O caso chocou os Estados Unidos e todo o mundo, escancarando um dos casos mais intrigantes até hoje.
Apesar da brutalidade de seus casos e crimes, Ed não chegou a ser julgado. Os psiquiatras o declararam mentalmente incapaz, e ele foi internado em um hospital psiquiátrico, onde o maníaco, também conhecido como 'Açougueiro de Plainfield', passou o resto da vida.
Mas, afinal: como termina 'Monstro: A História de Ed Gein'? O Purepeople assistiu à série do momento da Netflix e te explica todo o desfecho de um dos nomes mais conhecidos e temidos do mundo.
[Atenção: este texto contém spoilers da série mencionada. Caso você não queira vê-los, aconselhamos que não continue a leitura].
Se no decorrer da produção nomes icônicos do cinema foram inseridos na trama, como Alfred Hitchcock, o último episódio, intitulado 'O Poderoso Chefão', expande o universo da série e conecta a história de Ed Gein a outros assassinos notórios, como Ted Bundy, Richard Speck e Jerry Brudos.
A trama mostra agentes do FBI inspirados em John Douglas e Robert Ressler, figuras reais que fundaram o estudo sobre perfis criminais, tentando entender a mente de Ted Bundy. Para isso, eles consultam outros criminosos, incluindo o próprio Gein, que analisa fotos de cenas de crime e sugere que o assassino em série poderia estar usando técnicas semelhantes às suas.
Embora esse ocorrido tenha sido apenas ficção, a série faz uma ponte entre gerações de assassinos, já que Gein é tratado como o "pai" do horror moderno. Ele é o homem que, sem saber, influenciaria Bundy e muitos outros psicopatas a explorarem o medo e o poder sobre suas vítimas.
Nos momentos finais, já debilitado e diagnosticado com câncer terminal, Gein vive uma sequência de delírios e lembranças fragmentadas. Ele sonha que está sendo levado de cadeira de rodas por um corredor repleto de rostos conhecidos, entre médicos, enfermeiros e outros assassinos que o reverenciam, como Charles Manson, Richard Speck e Ed Kemper.
De acordo com o cocriador Ian Brennan, a cena representa a maneira distorcida como Gein via a si mesmo: ele não se achava um monstro e muito menos um maníaco, mas sim alguém que "deixou sua marca no mundo".
Pouco antes de morrer, Ed recebe a visita de Adeline (interpretada por Suzanna Son), a mulher que havia sido sua amante e cúmplice. Eles trocam palavras de carinho antes que ela confesse também estar lutando contra transtornos mentais.
Na vida real, esse encontro nunca aconteceu, mas a série o utiliza como metáfora da dependência afetiva e da solidão que acompanharam Gein até o fim.
Ed Gein morre no hospital psiquiátrico com 77 anos, cercado por visões de enfermeiras e da mãe. Em sua alucinação final, Augusta o elogia, dizendo: "Eddie, você realmente fez um nome para nós. Eu não poderia estar mais orgulhosa". Essa frase, perturbadora para muita gente, resume a tragédia central da história e 'explica' a mente de um homem moldado pelo fanatismo e pela culpa materna.
Na última cena, um grupo de adolescentes tenta roubar sua lápide, mas é surpreendido pelos fantasmas de personagens que ele inspirou: Norman Bates, Leatherface e Buffalo Bill. A imagem final traz Leatherface dançando com sua motosserra, uma homenagem direta à influência que Ed Gein deixou no cinema e em 'O Massacre da Serra Elétrica'.
Ed Gein nunca saiu de Plainfield, mas sua sombra ainda inspira o terror moderno em todo o mundo, além de deixar pessoas chocadas com seus atores. Muito além dos diretores consagrados Alfred Hitchcock a Tobe Hooper, sua história virou combustível para o cinema e testou os limites da própria humanidade.
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