





Um grave acidente de carro interrompeu de maneira precoce a vida do ator Alexandre Lippiani, aos 33 anos, em 24 de maio de 1997, no Rio de Janeiro. Na época, o artista interpretava o padre Eurico na novela "Xica da Silva", da TV Manchete (1983-1999), um um papel de grande destaque. Também dublador, Lippiani emprestou sua voz ao Super-Homem de seriado exibido pela Globo.
Mineiro de Belo Horizonte, o ator dirigia seu Logus na Zona Sul da cidade por volta das 4h quando o carro derrapou por conta da pista escorregadia, consequência de chuva. Na sequência, o automóvel de Lippiani bateu de frente com um Gol. Os dois motoristas ficaram presos às ferragens e o artista chegou a ser levado para o Hospital Miguel Couto, onde passaria por uma cirurgia.
Mas antes do início da operação, Alexandre Lippiani acabou não resistindo e morrendo em decorrência de politraumatismo abdominal, fratura dos ossos da bacia e hemorragia interna provocada por ação contundente. O corpo do ator e dublador que atuou ainda em "Sassaricando" e "Pantanal" foi levado na sequência para sua cidade natal.
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Responsável por lançar Tais Araújo, a novela "Xica da Silva" só chegaria ao fim em 11 de agosto, quase três meses a morte precoce de Lippiani. Com isso, claro, o autor Walcyr Carrasco (sob o anonimato e usando Adamo Angel como nome) precisou alterar os rumos da história. Inicialmente, o padre Eurico seria acusado de estupro - contra Eugênia (Andréa Avancini) - preso e torturado.
O religioso escaparia da morte por muito pouco quando ficaria livre. De acordo com o "Jornal do Brasil" de 27 de maio, Lippiani não chegou a grava a cena na qual o padre Eurico é posto em liberdade. Com a alteração, Xica da Silva encontrou uma carta escrita pelo religioso no qual ele revela ter fugido para escapar da tentação.
Já a última cena gravada pelo ator mostrava o padre dizendo à protagonista que conhecia a princesa Ludovica (Cicciolina, nome artístico da ativista, atriz e deputada húngara Ilona Anna Staller), porém sem se recordar de onde. Dias após a morte trágica de Alexandre Lippiani, Walter Avancini (1935-2001) descartou introduzir outro padre à trama: "Não há necessidade disso".