A 80ª Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas) começou no último dia 23 de setembro e se estende até o próximo dia 29. Com a presença de Lula e Donald Trump, que inesperadamente teceu elogios ao Presidente brasileiro, a primeira-dama Janja da Silva também roubou a cena no evento.
Na última terça-feira (23), Janja, acusada de 'causar constrangimento' com o presidente da China, acompanhou Lula em seu discurso que abriu a Assembleia Geral da ONU e, mais uma vez, optou por um look já usado na mesma conferência em 2024: um casaco palestino vermelho com detalhes em preto, branco e verde.
O casado usado pela esposa de Lula tem o tradicional bordado Tatreez, uma técnica usada por mulheres palestinas e frequentemente associada ao ponto cruz, cujos padrões geométricos e cores carregam significados simbólicos. Ele era tradicionalmente empregado para adornar o thobe (vestido tradicional feminino), mas também virou um símbolo de resistência cultural ao longo da história.
O que muitos não repararam é que o look tem um significado oculto, mas muito forte: é a prova do apoio de Janja e Lula à Palestina, alvo de ataques de Israel especialmente na faixa de Gaza. No mesmo dia, o presidente brasileiro discursou tecendo críticas a Israel e dizendo que o país faz uma "tentativa de aniquilamento do sonho de nação do povo palestino".
Já em suas redes sociais, Janja da Silva, que já xingou Elon Musk durante um evento, explicou com detalhes o motivo de ter usado o casaco palestino pela segunda vez consecutiva em uma Assembleia Geral da ONU. Um dia antes, ela havia usado uma kufyia, um lenço tradicional árabe que virou símbolo da resistência palestina em uma sessão que discutiu justamente sobre o país.
"Por mais um ano, trago as mulheres palestinas junto a mim na Abertura da Assembleia Geral da ONU. Me visto com o tradicional bordado Tatreez, feito por mãos majoritariamente femininas, ao logo dos séculos. Esses pontos geométricos coloridos contam a história de luta e resistência de um povo que vem sofrendo reiterados ataques desde o início dos conflitos na Faixa de Gaza, atingindo em sua maioria mulheres e crianças", explicou Janja.
"Em maio de 2025 a ONU Mulheres estimou que, desde o início do conflito em 2023, mais de 28.000 mulheres e meninas foram mortas em Gaza", completou a primeira-dama na legenda. Depois, Janja recitou uma fala de Lula durante a 80ª Assembleia Geral da ONU.
"Como afirmou o Presidente Lula, 'Os atentados terroristas perpetrados pelo Hamas são indefensáveis sob qualquer ângulo. Mas nada, absolutamente nada, justifica o genocídio em curso em Gaza. Ali, sob toneladas de escombros, estão enterradas dezenas de milhares de mulheres e crianças inocentes. Ali também estão sepultados o Direito Internacional Humanitário e o mito da superioridade ética do Ocidente'", escreveu.
"Seguiremos nos colocando ao lado da paz, dedicando nossos esforços para que todas as pessoas possam viver suas vidas com segurança e dignidade em seus territórios", encerrou Janja. Veja o vídeo com os detalhes do look: