'Stranger Things' chegou nesta quarta-feira, 26 de novembro, com os quatro primeiros episódios de sua quinta e última temporada, e a plataforma já trata o encerramento da série como seu maior evento global. O último capítulo estreia em 31 de dezembro, fechando quase uma década de fenômeno cultural.
E tamanho investimento tem números que surpreendem até quem acompanha a indústria: segundo o Puck News (via Forbes), o orçamento total da temporada final fica entre US$ 400 e US$ 480 milhões. Convertendo com o dólar a R$ 5,33, falamos de mais de R$ 2,1 bilhões — a maior quantia já gasta em uma produção da Netflix.
Mas por que a plataforma decidiu colocar tanto dinheiro em jogo nessa série? O Purepeople aponta três razões cruciais.
O impacto da estreia foi instantâneo. Segundo a Variety, pela primeira vez na história da Netflix, todas as quatro temporadas anteriores entraram juntas no Top 10 global nesta semana. A primeira temporada, sozinha, registrou mais de 4 milhões de visualizações em sete dias.
Um relatório da Parrot Analytics aponta que Stranger Things já rendeu mais de US$ 1 bilhão em receita indireta e direta para a Netflix, além de cerca de 2 milhões de novos assinantes.
E esses números consideram apenas dados coletados a partir de 2020. A série estreou em 2016 e, ainda assim, mesmo com longos hiatos, se manteve entre as produções mais valiosas da plataforma.
Além dos dados financeiros, Stranger Things continua poderosa por reunir elementos que funcionam desde o início.
Poucas produções exploram tão bem o imaginário dos anos 80 quanto a série. Figurinos impecáveis, estética retrô, músicas icônicas, brincadeiras infantis e referências cinematográficas transformam cada episódio em um mergulho afetivo — mesmo para quem não viveu a época.
A série não pertence a um gênero só. É terror com criaturas grotescas, é drama sobre amizade e amadurecimento, é comédia leve, é aventura juvenil. Essa combinação permite que Stranger Things converse com públicos de diferentes idades — um trunfo raro no streaming atual.
A escolha de um elenco jovem e talentoso foi um acerto absoluto. Millie Bobby Brown (Eleven) se tornou uma das atrizes mais valorizadas da indústria. Do outro lado, David Harbour virou o 'coração' da série, enquanto Winona Ryder — um ícone dos anos 80 e 90 — viveu uma das melhores fases de sua carreira ao retornar como Joyce.
Na temporada final, o reforço de Linda Hamilton, a eterna Sarah Connor de O Exterminador do Futuro, adiciona ainda mais peso nostálgico.