Rico Melquiades prestou depoimento na CPI das Bets nesta quarta-feira (14), um dia depois da presença de Virgínia Fonseca. Assim como a influenciadora, ele também ganhou o direito de se calar em perguntas que poderiam incriminá-lo. O campeão de “A Fazenda” aproveitou esta prerrogativa cerca de 10 vezes.
A grande maioria das perguntas em que Rico “reservou-se ao direito de permanecer calado” estavam relacionadas à Operação Game Over 2, da Polícia Civil de Alagoas. Ele e outros influenciadores digitais foram investigados por envolvimento na promoção de plataformas de apostas online não autorizadas no Brasil.
Na ocasião, Rico teve R$ 5,7 milhões bloqueados pela Justiça, sob suspeita de que esse montante era proveniente da divulgação de plataformas de jogos de azar. Ele, no entanto, garantiu que o valor incluía o prêmio que faturou como campeão do reality show da Record TV.
Rico e outros quatro influenciadores firmaram acordos de Não Persecução Penal em abril. Segundo informações do G1, os investigados confessaram formalmente os crimes investigados, o que facilitou a formalização dos acordos.
Rico se comprometeu a pagar uma multa de R$ 1 milhão. R$ 600 mil foram retirados do dinheiro já bloqueado pela Justiça e os outros R$ 400 mil serão pagos em oito parcelas.
• Rico se recusou a dar detalhes da investigação da Operação Game Over 2. O senador Izalci Lucas (PL-DF) mencionou que o influenciador recebeu uma multa milionária após confessar crimes como associação criminosa e falsidade ideológica. O influenciador também não quis falar sobre o conteúdo da denúncia do Ministério Público, nem se o inquérito policial ainda estava em curso ou já havia sido recebida a denúncia.
• Por duas vezes, Rico não respondeu se o R$ 1 milhão da multa foi pago com o dinheiro que recebeu de propagandas de casas de apostas.
• Por duas vezes, Rico se recusou a responder quanto havia faturado com a divulgação de bets.
• Rico se manteve calado quando a senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), relatora da CPI, perguntou se ele admitia que confessou os crimes de associação criminosa e falsidade ideológica.
• Rico foi perguntado se o melhor contrato foi com a empresa Blaze, que tem garotos propagandas famosos como Neymar e Viviane Araujo, ou com a ZeroUm, da qual é embaixador atualmente. Ele não respondeu. A ZeroUm, vale destacar, pertence a Deolane Bezerra, que chegou a ser presa no ano passado.
• Rico também não quis detalhar qual porcentagem dos R$ 5,7 milhões bloqueados de sua conta foram faturados com propagandas de bets.
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