
Christiane Torloni foi uma das grandes estrelas da novela “A Viagem”, clássico da teledramaturgia brasileira que deve ser reprisada em breve. O que muita gente não sabe é que, antes de aceitar o convite, o diretor Wolf Maia precisou contar uma mentira para convencer a atriz, que vivia um momento de hiato na carreira.
“Eu estava morando fora quando ele me chamou. E ele mentiu para mim, dizendo que o [Antônio] Fagundes já tinha aceitado e que era uma comédia. Quando você olha ‘A Viagem’, é engraçada no começo porque a personagem era insuportável. Então, não me arrependo”, contou Christiane, em entrevista ao podcast “Novelão”, do jornal O Globo.
“A Viagem” foi a primeira novela que Christiane fez após uma tragédia que abalou sua vida: em 1991, o filho da atriz, Guilherme, de 12 anos, morreu após um acidente de carro dentro da própria casa.

Christiane estava com os filhos no carro, quando, durante uma manobra, perdeu o controle da direção. A caminhonete despencou de ré da garagem, a uma altura de cerca de 5 metros. Guilherme teve traumatismo craniano e morreu. Leonardo Carvalho, o outro filho da atriz, hoje com 45 anos, teve pequenas escoriações.
Christiane e Leonardo se mudaram para Portugal após o acidente. Na Europa, a atriz se dedicou a estudar dramaturgia. A trama espírita serviu de conforto para a estrela e, também, para o público, que até hoje se identifica com a obra.
“Há momentos em que as obras vêm para acalmar um pouco o coração das pessoas. Uma das coisas que eu percebi em ‘A Viagem’ foi um feedback em locais como hospitais, asilos, orfanatos... A gente recebia muitas cartas. Era impressionante. Tem muita gente abandonada no mundo. A novela fala desse consolo na alma, de você não estar sozinho”, refletiu a global.