A morte de Eweline Passos Rodrigues, de 28 anos, conhecida como Diaba Loira, encerra uma trajetória marcada por violência, ascensão no crime e polêmica nas redes sociais. Encontrada na noite desta quinta-feira (14) enrolada em um lençol, com marcas de tiros na cabeça e no tórax, na Rua Cametá, em Cascadura, Zona Norte do Rio, ela já havia declarado publicamente: "Não me entrego viva, só saio no caixão". A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) investiga o caso, segundo informações do Extra
De acordo com o Extra, o envolvimento de Eweline com o crime teria começado em 2022, após sobreviver a uma tentativa de feminicídio cometida pelo ex-marido, em Capivari de Baixo (SC). Segundo o delegado André Luiz Bermudez Pereira, da 5ª DRP de Tubarão, ela foi atacada com uma facada no pulmão ao buscar o filho na casa do ex-companheiro, precisando passar por cirurgia de emergência. Ainda segundo a reportagem, na época já havia indícios de ligação de Eweline com traficantes, mas sem provas diretas.
Após o episódio, Eweline passou a ser investigada por tráfico de drogas em sua cidade natal, Tubarão. Em 2023, foi presa em flagrante pela Polícia Militar quando, segundo a investigação citada pelo Extra, se deslocava para executar um desafeto da facção. Em janeiro de 2024, foi novamente detida por porte ilegal de arma e tráfico. Mesmo após ganhar liberdade provisória, voltou a ser alvo de pedido de prisão e fugiu para o Rio, buscando abrigo em áreas dominadas pelo Comando Vermelho (CV), como o Complexo do Alemão e a Gardênia Azul.
No Rio, ganhou o apelido Diaba Loira e passou a ostentar fuzis e pistolas para seus cerca de 70 mil seguidores nas redes sociais. Em vídeos, não escondia a ousadia: chamava rivais de "despreparados" e afirmava não temer retaliações, conforme destacou o Extra.
Mas sua trajetória sofreu uma reviravolta. Rompeu com o CV e declarou apoio ao Terceiro Comando Puro (TCP), alinhando-se à Tropa do Coelhão, ligada ao traficante William Yvens Silva e ao chefe do tráfico Wallace Brito Trindade, o Lacosta. Para marcar a nova aliança, tatuou nas costas uma mulher armada fazendo o número três, acompanhada de um coelho e um jacaré, símbolos da facção, como revelou o Extra.
Segundo o Extra, contra Eweline havia pelo menos três mandados de prisão em aberto, dois deles por tráfico e participação em organização criminosa em Santa Catarina. Mesmo assim, ela continuou aparecendo em vídeos, inclusive durante confrontos armados. Em julho, chegou a afirmar que sua mãe havia sido assassinada pelo CV — versão desmentida quando a mulher apareceu viva na delegacia.
A morte de Diaba Loira, relatada pelo Extra, expõe o ciclo de violência que cerca o tráfico de drogas no Rio e em Santa Catarina. De vítima de um crime brutal a personagem central do submundo do crime, sua história é um retrato de como rivalidades entre facções e disputas por poder podem transformar vidas em trajetórias sem volta.
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