Penélope, mais conhecida como a Japinha do CV, foi assassinada nesta terça-feira (28) durante a megaoperação promovida por forças de segurança do Rio de Janeiro para combater o crime organizado. 121 mortos já foram confirmados.
Japinha foi atingida por um disparo de fuzil no rosto, que ficou completamente desfigurado. No momento do confronto, ela estava com roupa camuflada e colete tático com compartimentos para carregadores de fuzil. Segundo informações da Polícia, ela resistiu à abordagem e atirou contra os agentes.
Japinha era figura popular nas redes sociais, onde ostentava armas e costumava fazer postagens afrontosas contra autoridades e outros criminosos. A popularidade fez com que a imagem do cadáver da traficante viralizasse na internet. Buscas pelo termo “Japinha do CV morta” dispararam nesta quarta-feira (29) no Google.
Não é a primeira vez que imagens de figuras populares mortas viralizam na web. Mas, afinal, o que explica o gosto do público pela tragédia? Em entrevista ao site Tribuna do Leste, o psicólogo e professor de psicopatologia João Paulo de Paiva detalha um leque de possibilidades para explicar este fenômeno.
“Para essa questão não existe uma resposta única, existem diversas possibilidades que perpassam o comportamento individual e coletivo que servem para responder por que as pessoas se interessam por acidentes, assassinatos e de verem pessoas mortas”, afirma o especialista.
O primeiro motivo seria a curiosidade. “O ser humano é curioso por natureza. Vemos uma multidão na rua e logo vem o desejo de saber o que ocorreu. É uma função mental de querer saber o que aconteceu, como aconteceu, quem foi o culpado", diz o psicólogo.
A proteção é outro fator que influencia em tamanha curiosidade, segundo avaliação de João. A divulgação de informações relacionadas a perigo, como crimes e acidentes, cumpre a função social de tentar evitar que aquilo se repita com outras pessoas.
Há, também, um sentimento de alívio. João aponta que o ser humano tende a achar bom que a tragédia tenha acontecido com um desconhecido. Por fim, ele reforça a influência das redes sociais.
“A facilidade com que se divulga uma informação e o acesso rápido a equipamentos eletrônicos que estão sempre à mão e sempre conectados impulsiona o comportamento de certos divulgadores de notícias. Nesse caso, não só acidentes são alvos dos celulares e das redes sociais, mas também obras de caridade, cultos religiosos e festas. Noticiar pode ser uma forma de empatia com o sofrimento ou alegria alheia.”
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