Alguns doramas entram na nossa lista de favoritos porque gostamos deles, a história envolve, os personagens nos marcam e tudo funciona como o nosso gosto. Algumas séries a gente indica para os amigos, defende e lembra com carinho... mas devemos confessar que nem dorama todo excelente é feito para ser revisto.
Em muitos casos, a força da narrativa do k-drama está justamente na primeira experiência, naquele misto de surpresa, tensão e emoção que só acontece uma vez - no caso, a primeira. Quando o espectador já sabe o que vem pela frente, o peso da história muda completamente.
Nesta lista, reuni sete doramas que considero excelentes e que me marcaram muito. Ainda assim, são títulos que eu não teria coragem de rever, e o motivo vai além do final triste ou do desgaste emocional que ele me causou. Em cada um deles, há algo que funciona melhor quando a história é vivida apenas uma vez.
Esse é um dorama que começa estranho, cresce de forma desconfortável e termina devastador. A relação entre os protagonistas é intensa, ambígua e tem uma emoção pesada, daquelas que deixam o espectador o tempo todo em alerta. Funciona justamente porque você não sabe até onde a história vai parar, mas ao rever a tensão se perde e sobra apenas a sensação de estar caminhando rumo a um final triste.
Esse é um thriller psicológico brilhante, mas extremamente pesado. O jogo de gato e rato entre os protagonistas, as suspeitas constantes e as reviravoltas funcionam porque você nunca sabe em quem confiar. Uma vez revelados os segredos e as motivações, a força-motriz da tensão se perde. Continua sendo bem escrito, é o impacto que faz dele tão especial na primeira exibição.
Romances que narram fatos históricos da Coreia costumam ser emocionantes, mas 'A Juventude de Maio' chega a ser cruel. A história de amor nasce delicada e leve, enquanto o pano de fundo político vai se tornando cada vez mais sufocante. A primeira vez é linda e triste na medida certa. Na segunda, sabendo exatamente onde tudo vai parar, o dorama vira uma contagem regressiva emocional que eu, sinceramente, não teria forças para refazer.
Este é um clássico que divide opiniões e corações. 'Scarlet Heart' entrega romance, tragédia e escolhas impossíveis para qualquer fã de dramalhão, mas a jornada da protagonista é dolorosa do começo ao fim, com perdas sucessivas que não dão trégua ao espectador. É lindo, é marcante, mas também exaustivo pela quantidade de sofrimento. Reassistir seria escolher sofrer tudo de novo, já sabendo que não há alívio no caminho.
Curto, intenso e interessantíssimo, 'Extracurricular' quebra expectativas ao mostrar jovens envolvidos em escolhas erradas sem romantizar nada. A série prende justamente pela sensação constante de perigo e pela escalada de consequências que um serviço ilegal de prostituição pode causar. Funciona porque cada episódio aumenta o desconforto, mas na segunda vez, sem o choque e a surpresa, o impacto não é o mesmo.
Um dos grandes acertos da Netflix nos últimos anos, 'Mr. Plankton' nos leva a uma jornada de esperança quando um jovem com uma doença terminal sai em busca do pai ao lado da ex-namorada. Por mais que a história seja mais sobre recomeços e o amor que os dois continuaram nutrindo mesmo separados, o fim é doloroso. Na primeira vez a gente torce para ele permanecer vivo, mas na segunda vez o desfecho trágico é inevitável.
'My Name' é um dorama direto, violento e que te faz engolir a seco em diversos momentos. A história de vingança da protagonista é envolvente, mas muito pautada na brutalidade e na revelação de verdades obscuras. É daqueles títulos que você termina e não quer reviver tão cedo justamente pela intensidade física e emocional. Repetir seria cansativo e até doloroso.