MC Poze do Rodo deixará a cadeia ainda nesta segunda-feira (03), após um habeas corpus que revogou a prisão temporária do funkeiro. Em liberdade, o cantor terá que cumprir seis medidas cautelares determinadas pela Justiça.
Poze terá de comparecer em juízo até o dia 10 de cada mês para informar e justificar suas atividades, permanecer à disposição da Justiça com um telefone de contato imediato e deve entregar o passaporte. O artista também está proibido de se ausentar da Comarca enquanto perdurar a análise do mérito deste habeas corpus, de mudar de endereço sem comunicar e de manter contato com pessoas envolvidas no inquérito, testemunhas e ligadas ao Comando Vermelho (CV).
Na decisão que determinou a soltura, o desembargador Peterson Barroso Simão, da Segunda Câmara Criminal, avaliou que não houve indícios de que a prisão era essencial para a investigação. Ele também fez críticas à forma com que o MC foi preso e aponta que os alvos da prisão devem ser os comandantes da facção.
“Há indícios que comprometem o procedimento regular da polícia. Pelo pouco que se sabe, o paciente teria sido algemado e tratado de forma desproporcional, com ampla exposição midiática, fato a ser apurado posteriormente”, diz trecho da decisão, divulgado pelo G1.
Poze foi preso temporariamente por agentes da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) da Polícia Civil na última quinta-feira (29). O artista é investigado por apologia ao crime, envolvimento com o tráfico de drogas e lavagem do dinheiro do CV.
Segundo as investigações, Poze faz shows exclusivamente em áreas dominadas pelo CV e essas apresentações são utilizadas pela facção “para aumentar seus lucros com a venda de entorpecentes, revertendo os recursos para a aquisição de mais drogas, armas de fogo e outros equipamentos necessários à prática de crimes”.
Além disso, as investigações apontam que os shows de Poze são acompanhados por traficantes armados com fuzis, com o objetivo de garantir a segurança do artista. A DRE também afirma que as músicas do artista fazem "clara apologia ao tráfico de drogas e ao uso ilegal de armas de fogo” e “incita confrontos armados entre facções rivais”.
Para o advogado de Poze, Fernando Henrique Cardoso, a prisão parte de uma perseguição contra o funk. “Essas supostas falas da polícia fazem parte de uma narrativa que criminaliza e exclui as manifestações artísticas”, disse a defesa.
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