A campanha "somos todos macacos", iniciada por Neymar nas redes sociais no último domingo (27), já havia sido idealizada duas semanas antes de Daniel Alves comer a banana jogada por um torcedor do Barcelona durante a partida do time catalão contra o Villareal. De acordo com a revista "Veja", a agência de publicidade Loducca, do grupo ABC, arquitetou a ideia logo após Neymar ter sido alvo de racismo também durante um jogo do Barça.
"Neymar e seu pai me procuraram para dizer que precisavam se posicionar em relação às manifestações racistas. Decidimos trabalhar a ideia de que a melhor maneira de acabar com o preconceito é tirar a força dele e fazer com que a pessoa não repita o ato. É como um apelido.", explicou o publicitário Guga Ketzer, em entrevista à revista. "A ideia era começar com o Neymar comendo uma banana e isso se tornar um movimento", contou.
Apesar da campanha, o sócio da Loducca esclarece que o movimento não foi orquestrado. "O Neymar ia comer, mas como foi o Dani, maravilha também", disse. "O conjunto de ele comendo uma banana e o Neymar se manifestando, criando um movimento, fez a discussão atingir um patamar absurdo, com repercussão até mesmo na Presidência da República. As pessoas espontaneamente se envolveram e isso é o que importa", comemora.
Apesar de ter sido alvo de racismo, o jogador Daniel Alves considera a xenofobia o maior problema da Espanha. O jogador se espantou com repercussão do seu ato e falou sobre preconceito em entrevista à Radio Globo. "O preconceito é mais com gente de fora do que com a cor. Não que deveria acontecer isso, até porque o brilho do futebol deles quem dá são os estrangeiros", comentou.
