O crescimento dos podcasts tem atraído para o formato muitos famosos, conhecidos por suas atuações na TV. No Brasil, podemos citar nomes como Pedro Bial, Fábio Porchat, Renata Lo Prete e até mesmo atrizes, como é o caso de Giovanna Ewbank e Fernanda Paes Leme. As facilidades do podcast, como permitir que o programa fique gravado e possa ser ouvido a qualquer hora, os tornam simples e acessíveis.
De acordo com o diretor de filmes publicitários Carlos Mafia, o podcast é um formato agradável e eficiente para produzir conteúdo. Por ele é possível conhecer a fundo os convidados e interagir com a audiência. Mafia, que também é criador do Plugado Podcast, explica que esse formato é um dos que mais cresce. Para as celebridades, é uma forma de estar mais perto dos fãs.
"Não acredito que os famosos estejam migrando, mas sim adicionando uma nova forma de se comunicar com seu público. É super possível conciliar gravações semanais com a rotina já existente", comenta.
"Nesse universo de disputa por audiência, é fato que quem tem mais sucesso e engajamento, consegue sair na frente. Afinal, ter um público solidificado com engajamento e acesso a grandes convidados, elimina o processo inicial de construção de nome e segmentação", acrescenta.
'Mas, vale ressaltar que os pontos citados acima, não são sinônimos de sucesso. Considere tão importante quanto, produzir conteúdo atrativo e relevante, formar sua equipe de produção, captação, além de ter ótimo gerenciamento de canais e redes sociais. Somente com isso você poderá ter constância para que essa evolução ocorra e o gás não acabe nos primeiros meses", completa.
Quando falamos em mídia, surge o questionamento se o surgimento de uma nova produção pode ofuscar as que já estavam ali. No caso dos podcasts, Mafia diz que o fato de os artistas estarem se tornando adeptos não significa que a TV deixará de ter relevância, ou de existir. Ele acredita que a atenção será cada vez mais compartilhada entre as plataformas.
"Podemos dizer que essa evolução dos podcasts pode tornar o artista mais independente, afinal, o alcance e os resultados podem ser facilmente medidos. Temos grandes exemplos recentes de candidatos presidenciáveis batendo recordes de pessoas ao vivo em podcast. Então, não acredito em concorrência de programas de TV com o podcast, mas sim em formatos que podem se complementar, oferecendo mais opções para públicos cada vez mais nichados", pontua.
Questionado sobre a fama do apresentador contar como diferencial, o diretor comenta que sim. Mas, ele ressalta ser necessário também ser um bom comunicador, saber interagir com a audiência, estar de olho nos assuntos do momento, ter bons relacionamentos, não sentir vergonha de se expor e ser transparente com a audiência. Além disso, Mafia levanta uma questão sobre os programas passarem ainda a mostrar vídeos, além de apenas o áudio.
"Assim como o Plugado, diversos projetos atuais não têm as plataformas de streaming de áudio como plataforma principal, afinal, elas ainda não monetizam e não têm a mesma entrega de plataformas que oferecem conteúdo audiovisual completo, como Youtube ou Twitch. Produzir audiovisual é bem diferente do que produzir somente áudio", destaca.
"Por mais que a audiência não tenha a obrigatoriedade de ficar assistindo para entender, a experiência é mais completa com vídeo. A expressão corporal e facial contam bastante para entender a fundo se a conversa é boa ou forçada. Desta forma, é possível afirmar que para muitos projetos o streaming de áudio é somente mais um dos desdobramentos do conteúdo audiovisual", conclui.