O sucesso da série "Tremembé", lançada pelo Prime Video no fim de outubro, fez o público voltar a pesquisar a respeito de um dos crimes mais emblemáticos e cruéis do Brasil: o assassinato do casal Manfred e Marísia von Richthofen, mortos a marretadas em 2002 a mando da própria filha, Suzane.
A produção, estrelada por Marina Ruy Barbosa no papel da condenada, voltou a colocar sob os holofotes os personagens reais envolvidos na tragédia e agora um novo relato, revelado pelo autor do livro "Diário de Tremembé - O Presídios dos Famosos", Acir Filló, chamou atenção pela crueza dos bastidores da prisão.
Em entrevista ao Metrópoles, Acir Filló contou um episódio marcante que ouviu diretamente de Cristian Cravinhos, um dos executores do crime e ex-cunhado de Suzane. Segundo o autor, Cristian relatou o dia em que tentou se aproximar de Suzane na penitenciária e pedir perdão por ter participado do assassinato de seus pais.
“Ele me contou que comprou flores brancas para entregar a ela, numa tentativa de se redimir. Achava que ela estaria triste, arrependida”, disse ele ao portal. O gesto, no entanto, teve um desfecho inesperado e brutal.
De acordo com o relato, Cristian se aproximou de Suzane com as flores nas mãos, emocionado, acreditando que encontraria nela algum sinal de arrependimento. Ao tentar abraçá-la, recebeu uma resposta que o deixou em choque.
“Quando ele a abraçou para entregar as flores, ela segurou firme e disse: ‘Eu não preciso de flores. Você me deu o que eu queria. Você me deu a nova vida. Eu estou feliz’”, revelou Filló. A reação gelada de Suzane teria devastado o ex-cunhado. “Ele ficou transtornado. Esperava arrependimento, encontrou frieza. Foi quando percebeu quem ela realmente era”, completou o escritor.
Condenada a 39 anos de prisão por planejar a morte dos pais, Suzane foi libertada em 2023, após duas décadas presa, e hoje vive em regime aberto em Bragança Paulista. Já Cristian Cravinhos, condenado a 38 anos e seis meses, cumpre pena em liberdade desde 2017.
Na série Tremembé, esses personagens ganham novas camadas dramáticas. Marina Ruy Barbosa interpreta Suzane, Felipe Simas vive Daniel Cravinhos, e Kelner Macêdo dá vida a Cristian. A produção, criada por Vera Egito e Ulisses Campbell, mistura fatos reais e ficção, abordando a convivência entre criminosos famosos no presídio de Tremembé, como Elize Matsunaga, Anna Carolina Jatobá e Roger Abdelmassih.
O chamado “Caso Richthofen” chocou o Brasil não apenas pela violência, mas pela frieza e pelo cálculo da filha, então com 19 anos, que abriu a porta de casa para que Daniel e Cristian Cravinhos executassem o assassinato de seus pais enquanto ela esperava no andar de baixo. O plano, inicialmente arquitetado para simular um assalto, tinha o objetivo de liberar a herança milionária da família.
Mais de duas décadas depois, a história continua a fascinar o público, agora impulsionada pela dramatização da Amazon. E episódios como o revelado por Acir Filló mostram que, mesmo atrás das grades, a figura de Suzane von Richthofen manteve o mesmo olhar enigmático que há anos desperta curiosidade, repulsa e perplexidade no imaginário coletivo.
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