O ex-presidente Jair Bolsonaro, derrotado em 2022 com uma diferença de pouco mais de 2 milhões de votos para Luiz Inácio Lula da Silva (PT), voltou a comentar sobre sua situação com a Justiça brasileira. O político já foi indiciado pela Polícia Federal três vezes.
Desde sua derrota nas eleições de 2022, Bolsonaro passou a ser alvo de diversas investigações conduzidas pela Polícia Federal (PF) e pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Os indiciamentos envolvem acusações de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado e organização criminosa. Além disso, o ex-presidente é investigado por falsificação de cartão de vacina, e peculato, associação criminosa e lavagem de dinheiro, relacionados à incorporação ilegal de joias da Presidência.
O ministro Alexandre de Moraes, do STF, decidiu na última sexta-feira (17) manter a apreensão do passaporte de Bolsonaro, impedindo-o de deixar o país. A restrição, que está em vigor desde fevereiro de 2023, faz parte das investigações sobre a suposta tentativa de golpe de Estado em janeiro de 2023.
Bolsonaro já havia pedido autorização para viajar aos Estados Unidos, mas o pedido foi negado. Seus advogados recorreram da decisão, alegando que a viagem seria "pontual" e que ele pretendia apenas participar da posse de Donald Trump, marcada para 20 de janeiro. No entando, o Ministro negou o pedido por considerar a possibilidade de fuga.
Em entrevista à CNN Brasil, Bolsonaro comentou a decisão de Moraes de negar a devolução de seu passaporte, justificando que haveria risco de fuga do país:
"Eu vou para a cadeia, eu não vou fugir do Brasil. Eu podia ter ficado lá quando fui para os Estados Unidos. Quando fui para a posse do Milei, eu poderia ter ficado, mas voltei, sabendo de todos os riscos que estou correndo", declarou.
