O livro que ajudou Bill Gates a ganhar resiliência e força mental não é de autoajuda, mas sim de ficção científica
Publicado em 16 de dezembro de 2025 às 18:03
Por Pedro Henrique Cabo | Colaborador
Geek fashionista que canta 'Let It Go' no chuveiro, trata 'O Diabo Veste Prada' como religião e escolheu Piplup como seu inicial. Jornalista metido a designer, cinéfilo de Letterboxd e amante das artes.
Longe dos livros motivacionais, leitura marcou a adolescência do fundador da Microsoft e ajudou a moldar sua forma de pensar; saiba qual é
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Em seu blog pessoal, Bill Gates costuma dividir com o público os livros que fazem parte de sua rotina, e não são poucos. Entre ensaios atuais para entender a Geração Z, como "The Anxious Generation" (A Geração Ansiosa, no Brasil) do autor Jonathan Haidt, o bilionário também surpreende ao indicar romances de ficção científica que tiveram impacto direto em sua formação intelectual.

Inteligência emocional além da autoajuda tradicional

A inteligência emocional pode ser desenvolvida ao longo da vida de várias formas, e a leitura é uma das mais eficazes. Ao longo dos anos, Gates recomendou títulos de diferentes gêneros, mas um deles se destaca por ter ensinado mais do que livros clássicos de autoajuda, inclusive os Best-sellers como "O Poder do Hábito", "Mindset", "O Poder do Agora", "Como Fazer Amigos e Influenciar Pessoas" e "A Sutil Arte de Ligar o Foda-se"

Segundo o site Inc.com, Gates atribui a essa obra o mérito de ter “moldado seu pensamento e expandido sua mente de maneiras fundamentais para alcançar o sucesso”.

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Qual é o livro que Bill Gates mais recomenda?

Para o fundador da Microsoft, trata-se de um dos melhores livros de ficção científica que já leu e também da “melhor introdução ao gênero para adultos”. O título é "Stranger in a Strange Land", publicado no Brasil como "Um Estranho Numa Terra Estranha".

A obra é apontada por Gates como uma leitura essencial para aprender a lidar com mudanças, desenvolver resiliência e fortalecer a mente.

A leitura que antecedeu a criação da Microsoft

Bill Gates descobriu o livro ainda na adolescência, muito antes de fundar a Microsoft. A obra, inclusive, foi um dos primeiros pontos em comum entre ele e Paul Allen, seu futuro sócio. “O software não foi a primeira coisa que nos uniu, e sim Robert Heinlein”, escreveu Gates em seu blog. Segundo ele, foi Allen quem explicou que os livros do autor iam muito além de histórias juvenis e traziam reflexões profundas sobre o mundo real.

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Mais densa e ambígua, a obra aborda temas como transformação, adaptação e amadurecimento emocional. Para Gates, o livro faz exatamente o que a boa ficção científica propõe: usar um universo fictício para levantar questões reais sobre a natureza humana.

Quem é o protagonista de 'Um Estranho Numa Terra Estranha'?

A trama acompanha Michael Valentine Smith, um humano criado em Marte por marcianos que retorna à Terra ainda jovem. Ao entrar em contato com a sociedade humana, ele precisa lidar com costumes, regras sociais e preconceitos que lhe são completamente estranhos.

Ao mesmo tempo, habilidades como telepatia, clarividência e telecinese fazem com que ele seja visto como uma figura quase messiânica — e também como objeto de curiosidade científica.

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'Grokking': o conceito central do livro

Um dos pontos mais marcantes da obra é o conceito de “grokking”, um termo marciano que significa compreender algo de forma tão profunda que esse conhecimento passa a fazer parte de quem você é.

A ideia é frequentemente associada ao desenvolvimento da empatia, da consciência emocional e da capacidade de adaptação.

O que a ciência diz sobre ficção científica e empatia

Estudos indicam que a leitura de literatura complexa, como a ficção científica, pode contribuir para o desenvolvimento da inteligência emocional. Em artigo publicado na Harvard Business Review, o escritor Eliot Peper afirma que histórias ambientadas em realidades alternativas nos ajudam a questionar não apenas o que pensamos, mas também como pensamos.

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Segundo ele, esse tipo de leitura revela o quão frágil é o status quo e como o futuro pode ser moldado, razão pela qual muitos líderes empresariais deveriam ler mais ficção científica. Para Esther Jones, professora da Universidade de Clark, livros que exploram mundos alternativos ajudam os leitores a lidar melhor com a complexidade social e emocional. “O exercício de imaginar outras realidades fortalece a resiliência mental e prepara as pessoas para enfrentar desafios de um futuro imprevisível”, defende a especialista.

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