A humorista Berta Loran, que morreu nesta segunda-feira (29), aos 99 anos, fez muito sucesso em programas da TV Globo como 'Zorra Total' e 'A Grande Família'. No entanto, sua vida pessoal passou por altos e baixos, casamentos malsucedidos e a proibição de ter filhos após abortos.
Ao longo de sua vida, a atriz teve dois casamentos: o primeiro foi com o ator Saul Handfuss, que era 31 anos mais velho que Berta e ficou com a famosa por 11 anos, e o segundo com o negociante Júlio Jacoba, com quem ficou junto por 22 anos. Em uma entrevista para a revista Quem, resgatada após sua morte, a estrela contou mais sobre os relacionamentos.
"Minha profissão esteve à frente de tudo, inclusive dos dois maridos que tive. Um era um grande ator (Saul Handfuss). Tinha 20 anos e ele, 51. Não gostava dele. Era pobre e depois ainda descobri que era viciado em jogo. Nunca me deu nada, nem de comer. Mas queria ser uma atriz como ele, então, quando disse que queria casar comigo, falei: 'Negócio fechado'. Foi um péssimo negócio. Vivi 11 anos com ele e me desquitei em 1961", disse.
Na época, Berta Loran contou que o casamento só a trouxe infelicidade, primeiro pelo fato dele ser "um velho, um merda", como ressaltou, mas também pelas dificuldades financeiras que ambos passavam enquanto ele era viciado em 'jogos de cavalinhos'.
Também na entrevista resgatada para a revista Quem, Berta Loran revelou que quando se casou com Júlio Jacoba tinha 37 anos - e o negociante a mesma idade. No começo foram mil maravilhas, mas sua carreira no teatro acabou fazendo com que o marido a traísse diversas vezes devido ao afastamento.
"Ele tinha a mesma idade. Ele era um negociante judeu. Nos primeiros oito anos fui muito feliz. Depois, comecei a fazer teatro, comerciais e televisão. Ele não tinha mulher e foi procurar fora, é claro. Tinha razão", explicou. No fim, Berta Loran não conseguiu ter filhos devido aos abortos que passou do primeiro marido.
"Não pude ter filhos. Fiz dois abortos do velho [Saul Handfuss]. Depois, fui a um grande médico e ele disse que eu não tinha mais útero, que teria que arrancar tudo", disse. "Antigamente, eles enfiavam uma gilete na gente [para fazer o aborto]. Não sei como não morri", confessou a humorista.