Se você gosta daqueles mistérios de arrepiar, já anote essa dica para o fim de semana. A Netflix lançou no dia 15 de julho o documentário "Desastre Total: Garoto do Balão", dirigido por Gillian Pachter e produzido por BBH Entertainment e RAW.
Com apenas 52 minutos, a produção revisita um dos episódios mais peculiares e polêmicos da história recente dos Estados Unidos: o caso do “menino do balão”, que em 15 de outubro de 2009 capturou a atenção do mundo e terminou como um escândalo nacional.
Naquele dia, um enorme balão de hélio, em formato semelhante a um disco voador, foi visto sobrevoando Fort Collins, no Colorado. A cena já era incomum, mas a alegação dos pais, Richard e Mayumi Heene, deixou todos em alerta: o filho do casal, Falcon Heene, de apenas seis anos, estaria a bordo, voando a mais de 2.000 metros de altitude.
A polícia local e helicópteros da Guarda Nacional perseguiram o balão por quase duas horas, enquanto emissoras transmitiam tudo ao vivo. A trajetória chegou a cerca de 80 quilômetros, até que o balão pousou próximo ao Aeroporto Internacional de Denver. Não havia criança alguma lá dentro. A pergunta que ecoou foi imediata: onde estava o “garoto do balão”?
Horas depois, Falcon foi encontrado em casa, escondido no sótão da garagem. Durante entrevista ao vivo com Larry King, ele disse a frase que incendiou as suspeitas: “Vocês disseram que a gente fez isso para o show”.
Mais de 15 anos depois, o documentário traz Falcon, agora adulto, e seus pais relembrando o caso e respondendo às acusações de que tudo não passou de uma farsa. O balão, segundo Richard Heene, era fruto de um experimento científico e deveria permanecer preso a poucos metros do chão. O compartimento interno, pequeno e fechado, chamava a atenção de Falcon, que diz ter tentado entrar algumas vezes no brinquedo improvisado, mas foi repreendido pelo pai.
Naquele dia, ele acabou indo para seu esconderijo favorito no sótão e adormeceu, sem saber da mobilização gigantesca que ocorria do lado de fora. Falcon afirma que suas palavras na entrevista foram mal interpretadas e que, com apenas seis anos, não tinha noção de como tudo seria usado contra a família.
A família não era desconhecida do público. Um ano antes, havia participado do programa "Troca de Esposas", o que levantou especulações de que o incidente teria sido planejado para chamar atenção e garantir um reality próprio.
Dois dias após o episódio, a polícia submeteu Richard e Mayumi a testes de polígrafo e afirmou não ter dúvidas de que tudo foi encenado para ganhar notoriedade. Em entrevista ao The Denver Post, o xerife do Condado de Larimer declarou: “Não temos a menor dúvida de que isso foi uma farsa”.
No documentário, a família rebate. Richard questiona: “Por que eu sequer consideraria fazer algo que poderia me mandar para a cadeia?”. Em 23 de dezembro de 2009, Richard Heene foi condenado a 90 dias de prisão, 100 horas de serviço comunitário e ao pagamento de US$ 36.000 de restituição. Ele também precisou escrever uma carta de desculpas às equipes envolvidas no resgate. Mayumi Heene recebeu pena de 20 dias, cumpridos em serviço comunitário supervisionado.
O americano Falcon Heene, conhecido mundialmente como o "Menino do Balão", voltou ao noticiário. Segundo o Jornal Extra, agora com 22 anos, ele chama atenção não por um escândalo, mas como um empresário de sucesso em Archer, na Flórida (EUA). Falcon é dono da Craftsman Tiny Homes, empresa especializada na produção de casas pré-fabricadas de madeira com preços que variam de US$ 25 mil (R$ 143 mil) a US$ 79 mil (R$ 453 mil).
Após o episódio polêmico, os pais de Falcon, Richard e Mayumi Heene, decidiram se mudar para a Flórida para escapar do assédio da mídia. Na nova cidade, os filhos passaram a estudar em casa, longe da pressão pública.
Em entrevista à ABC News, Richard Heene revelou que, mesmo mais de uma década depois, sente que precisa limpar o próprio nome:
"Perdi muitas oportunidades. Pessoas me contataram sobre coisas que inventei e o negócio deu errado, porque descobriram quem eu sou. O que me pega é que a mídia nunca conta o meu lado da história."
Ao se estabelecer na Flórida, a família passou a se dedicar ao serviço de reparos em residências. Com o tempo, Falcon decidiu seguir seu próprio caminho e criou o negócio que mantém até hoje, conquistando espaço como jovem empreendedor no mercado imobiliário de pequenas residências.
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