






Nesta quinta-feira (05), a Justiça do Trabalho decidiu que a Rede D’Or São Luiz não tinha motivos para demitir por justa causa a enfermeira acusada de vazar informações sobre a atriz Klara Castanho. Segundo o colunista Rogério Gentile, do UOL, o juiz responsável pelo caso concluiu que não há provas de que a profissional tenha sido a responsável pelo vazamento dos dados para a mídia.
Em 2022, a atriz Klara Castanho se viu no centro de uma polêmica cruel. Após ser vítima de estupro e engravidar, ela decidiu entregar o bebê para adoção de forma legal. No entanto, a informação vazou e virou assunto público, gerando ataques nas redes sociais. Pressionada, Klara escreveu uma carta aberta contando sua versão dos fatos.
A atriz entrou com um processo contra o hospital, alegando que o vazamento ocorreu dentro da unidade de saúde. A Rede D’Or, que administra o hospital, foi condenada a indenizá-la e, como resposta, demitiu a enfermeira envolvida no caso por justa causa, depois que uma investigação policial apontou que ela teria fotografado o prontuário da atriz e enviado a imagem para o marido.

Inconformada com a demissão, a enfermeira recorreu à Justiça, alegando que não foi responsável pelo vazamento para a imprensa. Segundo a decisão do juiz Márcio Almeida de Moura, divulgada por Rogério Gentile, não há nenhuma prova de que a enfermeira (ou seu marido) tenha repassado os dados para jornalistas.
O juiz destacou que a mensagem em que a enfermeira enviou o prontuário ao marido foi posterior à exposição do caso na mídia. Além disso, o Ministério Público arquivou o inquérito por falta de provas.
Outro detalhe citado na decisão é que uma técnica de enfermagem do mesmo hospital também compartilhou informações com o namorado no dia do ocorrido.
Com isso, a Justiça determinou que a demissão por justa causa fosse revertida para uma dispensa comum. A Rede D’Or terá que pagar à enfermeira todos os direitos trabalhistas, como aviso prévio, férias proporcionais e multa do FGTS.
O hospital ainda pode recorrer da decisão, mas reafirmou à Justiça que a investigação policial encontrou a foto do prontuário no celular da enfermeira, além de conversas entre ela e o marido sobre o assunto.

Além disso, segundo a coluna de Rogério Gentile, o relatório da polícia apontou que o marido da enfermeira teria demonstrado interesse em vender as informações para jornalistas. O documento classificou as ações das profissionais envolvidas como "cruéis e desumanas".
Por outro lado, a decisão da Justiça do Trabalho considerou que a culpa do vazamento não foi comprovada e que a enfermeira foi dispensada de forma indevida.