






Ney Latorraca morreu nesta quinta-feira (26), aos 80 anos, em decorrência de complicações de um câncer de próstata. Ícone da televisão e do teatro, o astro acumulou uma fortuna que, agora, deve beneficiar instituições de caridade, atitude semelhante à feita por Jô Soares. O ator não tinha filhos, mas deixou um herdeiro direto, o marido Edi Botelho, juntos há quase 30 anos.
Em entrevista ao longo das últimas duas décadas, Ney anunciou que deixaria sua herança para quatro quatro organizações: o Retiro dos Artistas, no Rio de Janeiro, a Associação Beneficente de Reabilitação (ABBR), o Grupo de Apoio à Prevenção à AIDS (GAPA) de Santos e a Hanseníase de Campo Grande.
“Em 1996, fiz um testamento, com advogado, tudo certinho. Só que, na época, não abri muito isso. Agora que estou falando porque acho que é importante. Acho que as cortinas se abrem e os aplausos, se eles vierem, não virão mais só pelo trabalho de ator, mas também por uma atitude como cidadão”, refletiu Ney, em entrevista ao UOL.
Ao mesmo veículo, em 2005, Ney destacou a decisão como uma forma de se comprometer como artista perante à sociedade. “É uma coisa da qual nunca falei muito, mas acho que a função do artista é essa, tem uma hora em que a gente não pertence mais a si mesmo. Meu ego já está muito alimentado e eu tenho uma missão a cumprir, não estou aqui a passeio. É o meu lado Jane Fonda”, brincou.
Já em 2021, o ator revelou que a distribuição de sua fortuna também era uma forma de homenagear sua mãe, Nena, morta em 1993. “É um desejo da minha mãe também. Acho que é assim que tem que ser. O que eu ganhei com o teatro tem que voltar para essas causas. Essa é a missão do artista, pelo menos para mim”, disse ele ao jornal Extra.