





Em 'Vale Tudo', Maria de Fátima (Bella Campos), nem parece filha de Raquel (Taís Araújo). De origem humilde, a menina cresceu com o rei na barriga, pois age como se tivesse nascido herdeira de uma família de posses.
Logo no primeiro capítulo, a novela das nove revela que a vilãzinha acompanhou de perto as brigas entrre os pais, gerando agressaõ física, sobre a falta de dinheiro. Como percebdio na trama escirta por Manuela Dias, os constantes desafetos familiares transformou na jovem a frustração em obsessão de ascender socialmente a qualquer preço.
Assim, Fátima arma os piores golpes para obter dinheiro, tendo capacidade de deixar a mãe na rua após vender a casa do avô. A grande questão é: como uma pessoa pode ter um pensamento tão diferente do restante da família?
A psicóloga Fernanda Paiva conversou com o Purepeople sobre o assunto e entrega detalhes importantes que servem de reflexão no cerco familiar.
Para a especialista, a resposta está nos traços individuais de personalidade. "Não podemos negar que as características individuais, como traços de personalidade, também interferem no modo como alguém adota e interpreta valores. Alguns podem ser mais inclinadas ao que entendem como correto 'certo e errado', como é o caso da personagem Raquel, enquanto outras podem ser mais flexíveis e até mesmo desapegadas desses conceitos, sendo o caso da filha, a personagem Maria de Fátima."
Outro fator relevante na construção do caráter de uma pessoa pode estar no convívio externo. "Cada membro de uma mesma família pode ter experiências únicas que moldam seus valores e ótica sobre a vida. Isso pode ser consequência da educação, amizades, mas principalmente, das vivências fora do ambiente familiar. Essa combinação de fatores, no entanto, pode ter diferentes resultados, de pessoa para pessoa.", pontua.
A especialista alerta os pais sobre como a busca incessante para o convício social com a burguesia pode resultar em graves doenças emocionais. "Buscar ascensão social de forma incessante pode fazer com que as pessoas se afastem do convívio familiar, ou de amigos, contribuindo para a solidão ou até mesmo a depressão. Em alguns casos, quando a busca ultrapassa os limites de valores éticos, existe aí um sinal de alerta para uma personalidade fria e perigosa, como no caso de Maria de Fátima.", conta Fernanda.
Ela ainda ressalta: "A tendência é fazer comparações com a vida de quem já adquiriu o status que este almeja. Com o tempo, isso pode levar a um esgotamento físico e mental, com altos níveis de estresse, ansiedade, resultando numa possível Síndrome de Burnout".
Por fim, a competição por status pode criar ambientes tóxicos, com o crescimento da desconfiança e a rivalidade entre os familiares. "As pessoas com essa inclinação devem adotar um equilíbrio entre seus objetivos materiais e seu bem-estar emocional, e sempre procurar ajuda profissional quando certos sintomas físicos surgirem.", finaliza Fernanda Paiva.


