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![Segundo a psicanalista Dra. Andréa Ladislau, Maya Massafera sentiu a necessidade de se isolar por um longo período em quarto de um hotel por conta da disforia](https://static1.purepeople.com.br/articles/2/39/20/62/@/4485604-segundo-a-psicanalista-dra-andrea-ladis-100x90-2.jpeg)
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Maya Massafera levou um debate sobre saúde mental após ter uma crise de disforia no Festival de Cannes, condição que a fez desistir de participar do evento momentos antes de pisar no red carpet. Após um ano em processo de transição de gênero, a apresentadora enfrentou nos últimos dias sintomas característicos de quem opta por passar por essa mudança tão significativa na vida. Mas o que é, então, a disforia? Saiba!
Segundo a psicanalista Dra. Andréa Ladislau, Maya Massafera sentiu a necessidade de se isolar por um longo período em quarto de um hotel por conta da disforia. "É uma condição clínica com sintomas psiquiátricos concomitantes que não chega a ser considerada um transtorno mental, porém é um diagnóstico muito comum, enfrentado nos primeiros anos por pessoas que fazem a transição", explica, reafirmando o que Maya disse em desabafo no Instagram.
A especialista conta que a disforia revela o desconforto com a distorção de imagem, ao longo do período de adaptação da nova condição escolhida. "É na verdade, uma mudança repentina de sensações, causando transitoriedade do estado de ânimo, alternando as emoções e flutuando para um mal estar alicerçado por uma possível depressão e ansiedade generalizada. Ou seja, instala-se um sentimento de perda do prazer diário, associado ao descontentamento com pequenas coisas", comenta.
Andréa Ladislau reforça também que os aspectos relevantes dessa condição vai muito além do desejo e aceitação: "Eles estão fixados em um realinhamento da forma como esse indivíduo se enxerga e como ele acomoda em si, a pressão pelo olhar do outro. Afinal, sabemos que esse tema ainda é carregado por tabus e desconhecimento".
No caso de Maya Massafera, a feminilização corporal e facial às quais se submeteu exigiram muitos procedimentos estéticos e cirúrgicos de redesignação sexual, que sem dúvida, mexem, não somente com o corpo físico, mas também com a mente e o emocional de quem se propõe a tais intervenções.
"Uma mistura de sentimentos que podem provocar um desequilíbrio psíquico, principalmente, nos primeiros meses após a transformação. Dentre os sintomas da Disforia de gênero podemos destacar a melancolia, o pessimismo, a alteração de humor, choro em excesso, tristeza profunda, necessidade de isolamento, perturbação emocional, distorções alimentares, entre outros", diz.
Por conta de todas essas manifestações, a transição de gênero exige um acompanhamento psicológico intenso, desde o primeiro momento da opção de mudança. "A psicoterapia vai auxiliar no processo emocional construindo pontes, conexão e vínculos fortes, rígidos e assertivos, de equilíbrio entre a nova condição de gênero sexual e o gênero de nascença. Além disso, trabalha a autoestima, a autocompaixão, a eliminação de fobias, complexos enraizados, a fim de fortalecer os gatilhos positivos de aceitação do processo, reduzindo os impactos negativos possíveis de julgamentos e preconceitos que essa pessoa possa vir a sofrer", completa.