Um dos principais destaques da novela “Guerreiros do Sol”, exibida no Globoplay, a atriz Isadora Cruz foi internada com quadro de pielonefrite aguda em meio às gravações, que ocorreram há dois anos. Em recente entrevista ao jornal O Globo, a estrela atribuiu a doença à intensidade das cenas no folhetim.
“Meu corpo estava sentindo como se eu estivesse num campo de batalha, vivendo numa guerra, porque eu estava o tempo inteiro perdendo pessoas, vivendo lutos e matando gente. Mesmo que o sangue fosse de mentira, a emoção era real. Então, acabou que a bactéria subiu para o rim”, disse Isadora.
A pielonefrite é uma doença inflamatória infecciosa, que, muitas vezes, é causada por bactérias que sobem da bexiga para os rins. “Ela acomete o parênquima renal, onde se localizam as estruturas funcionais produtoras de urina, e a pelve renal, porção dilatada do rim. A bactéria penetra no organismo pela uretra, alcança a bexiga, sobe pelos ureteres e se instala em um ou nos dois rins, comprometendo seu funcionamento”, afirma a Dra. Caroline Reigada, médica nefrologista e especialista em Medicina Interna, em nota enviada à imprensa.
A pielonefrite pode ser aguda, quando surge sem maiores explicações prévias, ou crônica, quando está relacionada a causas subjacentes como diabetes ou cálculos coraliformes. “Quem tem sistema imunológico debilitado, refluxo vesicuretral (retorno de pequenas quantidades de urina da bexiga urinária para os ureteres e para os rins) e diabetes, rins policísticos, cistites de repetição também são mais afetados”, diz a nefrologista.
Em ambos os casos, o quadro pode evoluir para uma lesão renal - em alguns casos, irreversível. “Nesse caso, as infecções agudas repetidas ou mal curadas fazem os rins perderem sua capacidade de funcionamento aos poucos, levando à falência”, explica a médica.
Entre os sintomas, estão a febre, os calafrios, a sudorese, as náuseas, os vômitos e o mal-estar. Além disso, segundo a doutora, muitos pacientes também sentem dor lombar e pélvica, no abdômen e nas costas. Eles ainda sofrem com urgência e dor para urinar, sinal de pus e de sangue na urina, que pode ficar turva e, em alguns casos, com cheiro fétido.
A doença afeta mais mulheres que homens por razões anatômicas. “O tamanho da uretra feminina (3 cm) é muito mais curto do que a masculina (mede por volta de 12 cm) e está localizada próxima ao ânus, posição que favorece a entrada de micróbios especialmente durante o ato sexual”, justifica a doutora.
A pielonefrite tem cura, com tratamento com antibióticos que deve ser iniciado assim que a hipótese de infecção nos rins for levantada. A doutora detalha que o principal objetivo é impedir que o agente infeccioso provoque lesões permanentes nesses órgãos ou que espalhe a infecção por todo o corpo, levando à falência de múltiplos órgãos.
Para prevenir a doença, é importante beber bastante água, urinar sempre que sentir vontade, higienizar corretamente a área íntima, de frente para trás, e urinar logo após a relação sexual, para eliminar bactérias que, por acaso, tenham penetrado pela uretra.
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