
O trapper Oruam, de 24 anos, está no auge do sucesso. Atualmente, o cantor tem três músicas entre as mais ouvidas do país na plataforma de streaming Spotify. Durante o Carnaval deste ano, sua canção "Oh Garota Eu Quero Você Só Para Mim" disputou o título de hit da festa com "Eu Sei Que Tu Me Odeia", de Anitta e MC Danny, e "Resenha do Arrocha", de J. Eskine. A faixa segue entre as mais reproduzidas nas plataformas digitais.
Apesar do sucesso, Oruam se viu envolvido em polêmicas recentemente. Em fevereiro, o cantor foi preso duas vezes: a primeira, por realizar um "cavalinho de pau" com o carro em frente a uma viatura policial, e a segunda, por supostamente abrigar um amigo foragido da justiça.
Em entrevista ao repórter Roberto Cabrini, no "Domingo Espetacular", da Record, o cantor esclareceu os episódios e também falou sobre sua relação com o pai, o traficante Marcinho VP, que está preso desde 1996, antes mesmo de Oruam nascer.

Oruam destacou que, apesar da imagem construída pela sociedade, ele enxerga o pai de maneira diferente.
"Meu pai foi ótimo, um exemplo para mim. É meu tudo. Dizem que ele era o líder (do Comando Vermelho), mas não tem como. Ele foi preso com 20 anos de idade. Não tem como ele ser esse monstro que a sociedade cria. Meu pai tentou nos esconder da favela o tempo todo, nos tirar do morro, para que não olhássemos e quiséssemos aquela vida", afirmou.
Além disso, o cantor demonstrou incômodo com o rótulo frequentemente utilizado pela mídia:
"Não gosto que a mídia fica me chamando de 'filho de traficante'", declarou. Em resposta, Cabrini pontuou: "Mas não é mentira...". Oruam reconheceu o fato, mas reforçou que isso não deveria definir sua trajetória. "Não é. Mas o que meu pai fez, ele já pagou. E isso faz com que me olhem diferente. Mas aprendemos a lidar com isso".
Atualmente morando em uma casa alugada avaliada em R$ 30 milhões, Oruam enfatizou que todas as suas conquistas são resultado do seu trabalho na música, sem qualquer interferência do pai:

"Eu não tinha nada antes. Meu pai me ensinou o caminho certo, falou que eu tinha que trabalhar, ser honesto e humilde. O fato de ser filho do Marcinho me fez superar expectativas e estatísticas. Eu poderia hoje ser bandido, ladrão, mas escolhi o caminho da música".
Oruam também se posicionou sobre a chamada "Lei Anti-Oruam", proposta pela vereadora Amanda Vettorazzo (União Brasil), que visa impedir que a Prefeitura de São Paulo contrate artistas que façam apologia ao crime ou ao uso de drogas:
"Eu não faço apologia ao crime. Eu canto a realidade. Não mando ninguém matar. Eu falo de arma. Mas já me associam ao meu pai. Eu entendi que este é um fardo que vou carregar pelo resto da vida".

O rapper também esclareceu a suspeita de que sua primeira prisão teria sido uma estratégia de marketing para promover o álbum "LIBERDADE", lançado algumas horas depois de ele prestar depoimento na delegacia:
"Eu só queria gravar um conteúdo, mas o carro caiu e virou na frente da viatura. Eu estava com planos para lançar o álbum futuramente, mas como nos levaram para a delegacia, aproveitei a ocasião. Mas não foi nada proposital."
Sobre a segunda prisão, por supostamente abrigar um amigo foragido, Oruam negou saber da condição do rapaz:
"Logo que a polícia apareceu, meu amigo já se entregou. Eu não sabia que ele era foragido. Ele é meu amigo, não é traficante".