Os doramas são histórias que vão desde o mistério ao romance com brilhantismo na maioria dos casos. No entanto, nem todas as produções passaram ilesas pelo público coreano, que costuma ser bastante exigente e tradicional. Alguns k-dramas se tornaram verdadeiras polêmicas no país - e nem foi por causa da qualidade.
Questões como distorções históricas, sexualização, referências políticas polêmicas ou até mesmo o envolvimento de autores problemáticos foram motivo para boicotes, cancelamentos e até investigações. Em um dos casos, os protestos foram tão intensos que o dorama precisou ser retirado do ar antes do fim.
Se você gosta de saber os bastidores por trás das produções coreanas, aqui estão 6 doramas que causaram polêmica na Coreia do Sul, e o motivo por trás de cada um deles, segundo o site Screen Rant.
Com uma pegada cômica, 'Sr. Rainha' conta a história de um chef moderno cuja alma vai parar no corpo de uma rainha da era Joseon. O público adorou a leveza da série, mas uma polêmica vinda de fora das telas causou ruído: o autor da obra original, um romance chinês, havia feito comentários depreciativos sobre a Coreia do Sul.
Além disso, cenas que zombavam de registros históricos e rituais sagrados foram duramente criticadas como desrespeitosas. A Comissão de Padrões de Comunicação da Coreia recebeu mais de 4.000 reclamações, e os produtores precisaram cortar partes sensíveis na retransmissão. Apesar disso, a série manteve altos índices de audiência e se tornou um hit, mesmo com as controvérsias.
Inspirado em um webtoon de classificação adulta, esse dorama estrelado por Ji Chang-wook e Kim Yoo-jung gerou polêmica desde o início. A história entre um gerente de loja e uma funcionária mais jovem foi alvo de críticas por sua abordagem sexualizada e pelo tratamento dado às personagens femininas. Em um país que costuma ser conservador quando se diz respeito à intimidade, algumas cenas foram consideradas inapropriadas.
A série recebeu mais de 6.000 queixas formais e foi investigada pela Comissão de Padrões de Comunicação da Coreia. Algumas partes foram cortadas ou editadas em reexibições e plataformas de streaming. A classificação indicativa original (15+) também foi questionada pela incoerência com o conteúdo exibido.
Estrelado por Jisoo do BLACKPINK e ambientado no ano de 1987, quando a Coreia caminhava da ditadura para a democracia, 'Snowdrop' parecia ter tudo para ser um dorama político e envolvente. Mas não demorou para o público acusar a série de distorcer os fatos históricos e romantizar espiões norte-coreanos, um tema que ainda é delicado para o país.
Uma petição pedindo o cancelamento da série chegou a ultrapassar 325 mil assinaturas, e marcas como Teazen e Puradak Chicken cancelaram seus patrocínios ao projeto. Apesar da repercussão negativa, a série foi mantida no ar pela JTBC e lançada na íntegra.
Com um elenco de peso liderado por Lee Min-ho, esse dorama tinha tudo para ser um sucesso absoluto. Porém, foi duramente criticado por detalhes que passaram despercebidos pela equipe de produção, mas que causaram revolta no público coreano. Entre eles, a presença de arquitetura e elementos similares à estética japonesa, como bandeiras e templos, usados no cenário do fictício Reino da Coreia.
A escolha foi interpretada como insensível, considerando o histórico traumático da ocupação japonesa na Coreia, que aconteceu entre 1910 e 1945. Após uma enxurrada de reclamações, a produção precisou alterar cenas e emitir um pedido formal de desculpas. Apesar da recepção morna na Coreia, o dorama teve bom desempenho internacional.
O fenômeno mundial da Netflix chocou o mundo com sua narrativa brutal sobre pessoas endividadas que participam de jogos mortais em busca de dinheiro. No entanto, apesar do sucesso global, muitos coreanos se sentiram desconfortáveis com o retrato sombrio do país. O dorama foi acusado de expor demais a desigualdade social, a desesperança e a falência da sociedade sul-coreana.
Para alguns, era uma crítica social necessária. Para outros, um exagero que reforçava estigmas negativos sobre a Coreia do Sul. Mesmo assim, a série se consolidou como um marco, provando que o incômodo não pode impedir um grande sucesso internacional.
A proposta era ousada: um dorama histórico reimaginando a dinastia Joseon enquanto a família real enfrentava forças sobrenaturais, como zumbis e espíritos malignos. A ideia parecia promissora, mas logo gerou indignação nacional. O motivo? O uso excessivo de trajes e objetos com estética chinesa e a representação negativa de figuras históricas, como o Rei Taejong, retratado como um desequilibrado qualquer.
Em meio à crescente tensão diplomática entre China e Coreia, o público entendeu o visual da série como um desrespeito à identidade cultural coreana. A repercussão foi tão grande que patrocinadores cancelaram contratos e a SBS retirou a série do ar após apenas dois episódios. O dorama foi oficialmente cancelado, se tornando um dos maiores escândalos televisivos do país nos últimos anos.