





A freira brasileira Aline Pereira Ghammachi foi removida de um cargo de madre-abadessa em um mosteiro da Itália, após ser acusada de maus-tratos e desvio de recursos para manutenção do local. As denúncias ocorreram de forma anônima.
A irmã se tornou madre-abadessa do Mosteiro San Giacomo di Veglia, em 2018, quando tinha 34 anos, o que lhe garantiu-lhe o título de mulher mais jovem da Itália a desempenhar o cargo. Ela foi removida do posto no dia 21 de abril, coincidentemente, mesmo dia em que Papa Francisco morreu.
Em entrevista ao portal G1, a freira nega todas as acusações. Aline ainda aponta que sofre uma perseguição do abade-chefe da ordem que dirige o mosteiro, frei Mauro Giuseppe Lepori. Segundo a irmã, o religioso disse que “ela era bonita demais para ser freira”.
"O frei Mauro Lepori disse que se eu fosse ao Vaticano, ninguém iria acreditar em mim, porque eu sou mulher, brasileira, sou bonita e ninguém acredita nesse tipo de pessoa. E isso me feriu muito", contou.
As denúncias anônimas contra Aline chegaram ao Papa Francisco em 2023. Ela nega os maus-tratos e o abuso de poder e disse que provou que não houve desvio de recursos após uma auditoria. A religiosa garante ter apresentado contas dos últimos cinco anos e que foram aceitas pela igreja.
“O que mais pesava na carta era a questão dos maus-tratos, do abuso de poder e de desvio de recursos. A questão financeira foi fácil de resolver, porque foi feita uma auditoria no mosteiro pela diocese e demonstrou que toda a administração foi corretamente realizada. Só busco a Justiça”, relatou a freira.
Ainda na Itália, a irmã recorreu da decisão do afastamento junto ao Supremo Tribunal da Assinatura Apostólica, a mais alta autoridade judicial da Igreja Católica. Segundo o G1, 11 freiras deixaram o mosteiro após a saída de Aline e cinco já procuraram a polícia para denunciar violências psicológicas da nova gestora.