Aguinaldo Silva deu seu palpite para o mistério que para o Brasil novamente após 37 anos: quem matou Odete Roitman? O autor, que se prepara para a estreia de “Três Graças”, novela que marca seu retorno à TV Globo, é o único que está vivo do time que escreveu a “Vale Tudo” original, em 1988.
Aguinaldo é um dos que defendem a ousada teoria de que Odete está viva. “Suspeito que a Odete não morreu, mas é só uma suspeita”, declarou o autor em depoimento exibido pelo telejornal “Bom Dia São Paulo”.
A cena da morte da vilã de Debora Bloch foi exibida nesta segunda-feira (06). A teoria de que Odete permance viva, por enquanto, parece distante: a novela exibiu o momento em que ela é baleada, os policiais diante do corpo e o cadáver sendo levado para o IML.
“Vale Tudo” foi escrita por Aguinaldo em parceria com Gilberto Braga e Leonor Bassères. Na versão original, a primeira ideia era que Marco Aurélio fosse o assassino, mas a informação vazou e eles buscaram novas alternativas. Além de Leila, mais quatro personagens gravaram a cena do assassinato: César, Olavo, Queiroz e Bruno.
O decorador Edgar Moura Brasil, viúvo de Gilberto Braga, detonou fortemente a nova versão de “Vale Tudo”, escrita por Manuela Dias.
“O tema proposto pelos autores Gilberto, Aguinaldo e Leonor continua superatual. Muita gente continua a pensar em tirar vantagem em tudo, basta ver os recentes escândalos do INSS, falsificação de bebidas e daí por diante”, declarou o decorador em entrevista à colunista Monica Bergamo, do jornal Folha de São Paulo.
Para Edgar, Gilberto teria reprovado a nova versão. “Acho que Gilberto não teria gostado nada. Gilberto era um profundo conhecedor do ser humano, um homem culto e de bom gosto. Jamais teria construído personagens tão tacanhos e incoerentes.”
Manuela não teve humildade ao recriar a novela, segundo Edgar. “Faltou talento, humildade e refinamento a Manuela Dias para lidar com uma obra de tamanha importância. Não consigo ver nada de positivo, a não ser provar que o nível das novelas atuais é infinitamente inferior às que foram produzidas nas décadas passadas. E isso não é nostalgia, é uma constatação.”