






Na noite desta segunda-feira (28), durante a aguardada festa de 60 anos da TV Globo, uma presença dividiu corações, opiniões e timelines: Regina Duarte, ícone incontestável da teledramaturgia brasileira, voltou a pisar no palco da emissora que ajudou a construir – após cinco anos de afastamento.
Sua aparição foi marcada por um clipe especial da novela “Véu de Noiva”, de 1969 – a primeira obra da atriz na Globo. Vestida de branco e dançando em um tabuleiro de xadrez, Regina estrelou sozinha um dos momentos mais simbólicos da noite, em meio a homenagens musicais às novelas que atravessaram gerações.
Apesar da estética visual remetendo à paz – reforçada pelo figurino branco e pela coreografia suave – o retorno de Regina à telinha reacendeu lembranças de um passado recente conturbado. Em 2018, a atriz deixou a emissora para ocupar o cargo de Secretária de Cultura do governo Jair Bolsonaro, rompendo com parte da classe artística e do público que a acompanhou por décadas.
Durante sua breve passagem pelo cargo, Regina adotou uma postura pública polêmica, com declarações negacionistas sobre a pandemia de Covid-19 e críticas à comunidade LGBT+, o que contribuiu para seu afastamento do circuito televisivo e para sua imagem controversa nos bastidores da Globo.
Desde então, a atriz de 78 anos se reinventou. Longe das novelas, passou a se dedicar à pintura e hoje comercializa suas obras pela internet, com quadros que chegam a custar até R$ 25 mil. Embora afastada dos estúdios, Regina permaneceu no imaginário coletivo, seja por sua extensa contribuição à dramaturgia ou pelas polêmicas em torno de sua figura pública.
Nas redes sociais, a repercussão foi instantânea e intensa. Comentários se multiplicaram no X (antigo Twitter): enquanto alguns exaltavam a presença da eterna "namoradinha do Brasil", outros ironizaram sua tentativa de "limpar a imagem". “Regina Duarte aparecendo de branco cantando música de paz ahahahah”, comentou um usuário. Outro resumiu o dilema coletivo: “Minha timeline dividida entre chamar a Regina Duarte de ‘meu amor’ e ‘cachorra’”.
Entre a emoção da nostalgia e o desconforto da memória recente, um fato é inegável: Regina Duarte voltou. E mesmo que não tenha sido aplaudida com o mesmo entusiasmo de outros colegas de longa data da casa, sua aparição foi, no mínimo, marcante.