O alpinista Abdul Agam, que comoveu o Brasil ao liderar o resgate do corpo da brasileira Juliana Marins no Monte Rinjani, na Indonésia, finalmente será recompensado com o valor integral da vaquinha criada em sua homenagem. A decisão veio após intensa pressão pública e críticas sobre a taxa administrativa de 20% que seria descontada pela plataforma Voaa, ligada ao projeto Razões para Acreditar.
A arrecadação, que ultrapassou R$ 522 mil, havia sido inicialmente cancelada pela organização, que anunciou a devolução dos valores aos doadores. A justificativa foi a reação negativa nas redes sociais diante da cobrança da taxa, além de alegações de ameaças e ataques virtuais à equipe responsável pela campanha.
Diante da comoção e das manifestações em defesa do alpinista, a Voaa voltou atrás. Em novo comunicado divulgado nesta segunda-feira (30), a plataforma confirmou que o valor total será transferido a Agam, sem descontos, e que os repasses já começaram a ser feitos. Quem desejar o reembolso, no entanto, ainda poderá solicitá-lo por e-mail no prazo de até 48 horas.
A mudança de postura foi atribuída à vontade da maioria dos doadores, que deixaram claro seu desejo de reconhecer o gesto de coragem e solidariedade do alpinista, que se voluntariou para a missão em condições extremas.
Juliana Marins morreu após sofrer uma queda durante uma trilha no vulcão indonésio. O local era de difícil acesso e exigia preparo técnico para qualquer tipo de operação. Agam e outros montanhistas enfrentaram chuvas intensas, frio e terrenos escorregadios, chegando a dormir na encosta da montanha para impedir que o corpo da brasileira deslizasse ainda mais.
O esforço, amplamente registrado e compartilhado nas redes sociais, gerou uma onda de comoção e levou à criação da campanha de arrecadação como forma de agradecimento.
Mesmo após a polêmica, o gesto de Agam segue sendo lembrado como símbolo de humanidade e empatia. A vaquinha, que havia se tornado alvo de controvérsia, agora se transforma novamente em reconhecimento justo — e necessário.