A trágica morte de Gugu Liberato completa seis anos este mês após o apresentador cair do sótão de sua casa nos EUA. Depois da tragédia, sua vida pessoal foi alvo de rumores, o testamento se transformou em briga familiar, o filho mais velho, João Augusto, passou a seguir seus passos na TV, aos poucos, e um homem passou a alegar também ser herdeiro do comunicador.
Criador de quadros marcantes na história da televisão como o "Táxi" e a "Banheira", Gugu fez uma longa parceria com Silvio Santos até 2009, quando assinou com a Record e deixou o SBT, onde havia comandado aproximadamente 20 atrações. Entre elas, "TV Animal", "Sabadão Sertanejo", "Corrida Maluca", "Domingo Legal" e "Viva a Noite".
E foi no começo de 1987, ano em que assinou contrato com a Globo - vínculo rompido em 1988 -, que Gugu passou por um grande susto com fogo durante gravação do "Sonho Maluco". Nesse quadro, anônimos enviavam cartas pedindo desde passeios com seus ídolos até situações de risco.
Esse acidente com Gugu ocorreu na terça-feira 3 de fevereiro por volta das 23h em frente aos estúdios do SBT em São Paulo. Naquele "Sonho Maluco", o apresentador precisava atravessar um túnel de fogo de 10 metros de extensão. Até houve cuidado para colocar no artista uma roupa de amianto, porém um "detalhe" passou despercebido: Gugu ficaria sem oxigênio ao passar pelo túnel.
"Assim que entrou no túnel, começou a sentir gases intoxicantes penetrarem em sua roupa, impedindo-o de respirar. Como estava com um capacete que é fechado por fora e usava também luvas de amianto, não tinha como retirá-lo", relatou o extinto jornal "Luta Democrática". "Não conseguia respirar, senti que ia morrer. Foi horrível", relatou Gugu.
Já fora do túnel, o apresentador se queimou nas mãos ao tentar tirar o capacete. Da porta dos estúdios foi levado para um hospital às pressas, tomou soro na veia, recebeu oxigênio, além de se submeter à inalação, para desintoxicar as vias respiratórias.
"Por pouco não aconteceu uma grande tragédia", reforçou o pai de João, Marina e Sofia após deixar o pronto-socorro na madrugada com as mãos enroladas em ataduras. O acidente rendeu uma lição. "Não vamos fazer mais nada de perigoso com o Gugu. Não vai ter mais terror", garantiu Roberto Manzoni, diretor do "Viva a Noite" e que morreu em novembro de 2023.