Na época da morte de Ayrton Senna, em 1º de maio de 1994, vários detalhes da vida pessoal do piloto foram reveladas. Por exemplo, em 1990, portanto quatro anos antes do acidente fatal em Ímola, o piloto doou 100 mil dólares para a AACD (Associação de Assistência à Criança Deficiente, na época Defeituosa) erguer um hospital. Naquele mesmo ano, também na cidade italiana, um adolescente de 16 anos sofreu um grave acidente de moto, ficou paralítico e entrou em coma.
E um relato arrepiante aponta Senna como o responsável por tirar daquele estado de coma o seu fã Massimo. A notícia foi publicada pelo jornal "O Globo" em maio de 1994 na semana da morte do piloto brasileiro, cuja família impediu Adriane Galisteu de ir ao hospital Maggiore, em Bolonha, mesmo após a confirmação do óbito do tricampeão de Fórmula 1.
Com Massimo em coma, a equipe médica tentou de tudo para fazer o jovem despertar. Mas foi em vão. Um policial amigo da família do adolescente descobriu uma técnica usada nos EUA: alguém muito importante para o paciente conversava com ele seguidas vezes. Essa técnica seria o caminho para o despertar do coma.
Perto do GP de San Marino de 1990, um jornalista italiano levou essa história a Senna e pediu para o então campeão da F1 (1988) gravar uma mensagem ao fã. E o brasileiro atendeu ao pedido. "Olá, Massimo, sou Ayrton Senna, o piloto de Fórmula-1. Tente me ouvir, fazer força porque aqui todo mundo gosta de você e te espera aqui em Ímola para a corrida. Espero que você fique bom logo. Tchau, um abraço", disse em uma fita o rival nas pistas de Nelson Piquet.
A mensagem era reproduzida diariamente pela mãe de Massimo no hospital. "Até que o garoto abriu os olhos e sorriu", relatou o jornal. O episódio ficou em segredo, a pedido de Senna, por quatro anos. Nesse período, o piloto visitava anualmente o fã na época do GP de San Marino e pretendia repetir a experiência na noite do 1º de maio de 1994, antes de se encontrar com a namorada, com quem teve última conversa pouco antes da corrida.