'A tendência é ela piorar quando não tratada': médico faz alerta e explica doença incurável de Virgínia Fonseca que proibiu influenciadora de comer chocolate
Publicado em 25 de setembro de 2025 às 06:21
Por Hernane Freitas | Colaborador TV e celebs
Amante do universo pop e das celebridades em geral. Não vivo sem música, uma boa xícara de chá verde e te dou as melhores recomendações de doramas.
Conversamos com um médico especialista que explicou a relação entre o cacau e a enxaqueca, doença crônica e sem cura que afeta Virgínia Fonseca
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Alvo de notícias recentes envolvendo seu posto de Rainha de Bateria da Grande Rio, Virgínia Fonseca é atualmente a influenciadora mais popular do Brasil e não esconde os detalhes de sua vida pessoal nas redes sociais, incluindo dores e momentos sensíveis, como os que passou recentemente com crises de enxaqueca.

Em março deste ano, pouco antes da Páscoa, Virgínia revelou que estava proibida de comer chocolate preto devido à enxaqueca: "Eu não posso comer chocolate preto, chocolate ao leite, nenhum chocolate preto, nada que vai com cacau. Eu só posso chocolate branco", confessou ela, lamentando não poder experimentar alguns 'mimos' recebidos de marcas para a data.

"Quem quiser me enviar coisa de chocolate, envia de chocolate branco, porque chocolate preto, infelizmente, eu não posso comer, por causa da enxaqueca, entendeu? Por exemplo, barrinha de proteína que tem chocolate, mesmo que [tenha pouco]... não posso, porque tem cacau. É triste, eu sei, minha boca fica até salivando, mas só posso chocolate branco", completou Virgínia na ocasião.

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Para entender melhor essa questão, o Purepeople conversou com o médico neurologista Dr. Tiago de Paula, especialista em Neurocefaleia e membro da International Headache Society (IHS) e da Sociedade Brasileira de Cefaleia (SBC), que nos revelou se o chocolate preto tem mesmo relação com a enxaqueca e esclareceu alguns pontos levantados pela influenciadora.

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Especialista revela relação entre o cacau e a doença enxaqueca

Em entrevista ao Purepeople, o Dr. Tiago de Paula explica que não existe uma relação direta entre o consumo de cacau e a doença enxaqueca. No entanto, é importante ressaltar que alguns compostos do fruto podem ser estimulantes para que ocorra a piora da condição, o que explica a proibição de Virgínia em consumir chocolate preto, que tem o cacau como a principal matéria-prima.

"O cacau não é gatilho para a enxaqueca, ele é um cronificador da doença. A doença enxaqueca não é uma doença de crises. A crise [de dor de cabeça forte] é um dos sintomas dela. O cacau tem uma substância chamada cafeína, tem uma outra também chamada teobromina, que são estimulantes. E, como a doença enxaqueca é uma doença de hiperexcitabilidade cerebral, quando a gente coloca estimulantes para ela, a tendência é ela piorar", explica.

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"Então, o paciente fica mais sensível a gatilhos. E, quando ele é exposto a um gatilho, a pessoa tende ter uma crise mais forte. Mas isso só acontece em quem tem a predisposição genética para a doença. Quem tem genes da enxaqueca. Não é todo mundo que não pode comer [chocolate preto]. Tem um grupo de pessoas específico que, de fato, se consumir isso, tem uma tendência a ter uma doença pior", completa o neurologista.

Assim como o cacau, alguns alimentos cronificadores da enxaqueca podem passar despercebidos e, segundo o Dr. Tiago de Paula, fazem o mesmo efeito da cafeína, que pode tanto melhorar a condição da doença quanto provocar gatilhos. Entre eles estão a cúrcuma e o gengibre.

"Eles são anti-inflamatórios, que podem, de fato, aliviar a dor. Mas eles cronificam a doença. Então eles são alimentos perigosos. E no paciente, dependendo da gravidade que ele está da doença, sempre que ele consumir o gengibre ou a cúrcuma, já vai deflagrar uma crise também. Mas o que a gente sabe é que eles nem sempre provocam uma crise. Na maioria das vezes, eles funcionam como cronificadores: quanto mais a pessoa consome, pior ela fica da doença", esclarece o Dr. Tiago.

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Como é o acompanhamento médico de uma pessoa com enxaqueca?

De acordo com o neurologista Dr. Tiago de Paula, a enxaqueca é "uma doença no cérebro hiper excitado, que dá muitos sintomas". Dentre estes sintomas está a dor de cabeça, que é o mais conhecido e relacionado à doença, mas não é o único. Portanto, em muitos casos um acompanhamento multidisciplinar é essencial para lidar com a condição, mas a abordagem depende do seu estado.

"Tem pacientes que, de fato, o acompanhamento psicológico é fundamental, precisa muito dele para ajudar a gente no controle da doença. Tem pacientes que precisam também de um acompanhamento odontológico, porque 'apertam' muito os dentes. Tem outros que precisam do acompanhamento da fitoterapia porque estão com uma doença tão crônica que o pescoço já está todo travado", cita.

Entre os acompanhamentos multidisciplinares, o especialista também cita o acompanhamento nutricional, já que a enxaqueca é uma doença que pode causar compulsão alimentar: "A pessoa vai comer, vai ter questão de peso, vai ter que entender quais alimentos, de fato, acabam sendo um problema", diz.

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Por fim, o Dr. Tiago de Paula explica: "Como a gente indica acompanhamento multidisciplinar varia muito de paciente,  mas ele é fundamental", encerra.

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