Não apenas pela declaração polêmica: SBT estuda processar Zezé Di Camargo após cancelamento de especial

O SBT exibiria, nesta quarta-feira (17), um especial de Natal com Zezé Di Camargo. Exibiria. Após o cantor afirmar que as filhas de Silvio Santos “estão se prostituindo” pelo convite a Lula e a Alexandre de Moraes para o lançamento do canal SBT News, o programa será engavetado. Agora, os próximos passos devem ser na Justiça.

Segundo o colunista Flavio Ricco, do Portal Leo Dias, fontes internas no SBT dizem que a família Abravanel estuda processar Zezé pelas declarações.

A questão financeira também deve terminar em imbróglio judicial. A emissora conseguiu cerca de R$ 700 mil em verbas publicitárias, que, agora, serão devolvidas aos patrocinadores. De acordo com o colunista Gabriel Vaquer, do jornal Folha de São Paulo, a emissora estuda cobrar do sertanejo o prejuízo financeiro.

Zezé já se tornou persona non-grata nos bastidores do SBT. Nesta segunda-feira (15), todos os responsáveis pelos programas de auditório receberam a ordem de não convidá-lo mais. Outros familiares, como Wanessa Camargo, não serão afetados pela proibição. 

Em um vídeo postado nas redes sociais, Zezé causou revolta ao declarar que as filhas de Silvio Santos estão “se prostituindo” e ainda declarou que elas não honram o legado do pai, conhecido por sempre ter tido relações amistosas com os presidentes. Vale lembrar que líderes da direita também foram convidados ao evento.

“Se puderem fazer um favor para mim, tirem meu especial do ar. A partir do momento em que as pessoas pensam diferente do que o pai pensava, do que grande parte do Brasil pensa, do que eu penso, para mim não faz sentido colocar esse especial no ar. Beijo, amo vocês, amo o SBT, tenho o maior carinho, mas acho que vocês estão, desculpem, se prostituindo”, disparou o sertanejo.

Primeira-dama, Janja Lula da Silva classificou como machistas as declarações sobre “se prostituir”. “Falar que as filhas de Silvio estão 'prostituindo' ao convidar e dar voz ao presidente e demais autoridades no evento do SBT News reflete todo o machismo e a misoginia presentes no pensamento e nas ações de homens que seguem desrespeitando a presença de mulheres em espaços de poder, alimentando discursos de ódio contra nós”, declarou.

Em carta aberta ao público, a CEO do SBT, Daniela Abravanel Beyruti, destacou que a emissora é “isenta e sem partido” e buscava mostrar a pluralidade com líderes da esquerda e da direita no evento. “Ditas todas essas coisas, lamento a forma como temos sido mal interpretadas. Antes de as pessoas verem nosso trabalho, decidiram julgá-lo. Queremos entregar ao Brasil um jornalismo confiável, sem partido, sem lado”, garante.