





Aos 82 anos, o ex-presidente Joe Biden foi diagnosticado com câncer de próstata. No caso do antecessor de Donald Trump na Casa Branca, o tipo é mais agressivo e com metástase nos ossos. Entre os homens, esse tipo de câncer é o mais comum e no Brasil, até esse ano devem ser diagnosticados mais de 71 mil novos casos desde 2023 com pessoas a partir dos 65 anos.
Especialista em tumores urológicos da Oncoclínicas&Co, Denis Jardim apontou que um número considerado dos casos tem fator genético. "A presença de outros casos na família aumenta esse risco, mas a hereditariedade pode ocorrer mesmo na ausência destes casos", afirmou indicando ainda o risco de mutação em genes para desenvolvimento da doença, com a qual o ator Ney Latorraca já foi diagnosticado.
"A hereditariedade desempenha um papel importante em uma pequena porcentagem dos casos, mas o conhecimento desse fator permite uma vigilância mais ativa e estratégias de rastreamento mais adequadas", explicou à imprensa.
E como o câncer de próstata se desenvolve no organismo masculino? "De maneira didática, podemos dizer que durante toda a vida, nossas células se multiplicam e as antigas são substituídas pelas novas. Contudo, quando há um crescimento descontrolado, são formados tumores tanto benignos, quanto malignos - como é o caso do câncer de próstata", detalhou.
Já em relação aos sintomas da "doença silenciosa" em seu início, o paciente pode observar sangue na urina ou dificuldade para urinar. Em estágio avançado surgem os problemas renais e em caso de metástase, a dor nos ossos, como a que acomete Biden. Por isso, é importante realizar um exame de sangue que calcula a proteína que a próstata produz. A partir dos 50 anos, além dele é recomendado o exame através do toque retal.
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Porém em caso de histórico familiar, a prevenção deve ter início antes. "Quando há suspeita da neoplasia, é indicada uma biópsia através de ultrassonografia transretal para a confirmação do diagnóstico, precedida muitas vezes de uma ressonância", afirma o especialista. Caso se confirme o tumor maligno, o tratamento varia de acordo com o estágio clínico.
"Em estágio inicial e de baixa agressividade, devemos manter um acompanhamento contínuo de consultas e exames, além do tratamento. Quanto aos pacientes que apresentam metástases, temos uma série de abordagens que podem ser realizadas, como quimioterapia, bloqueio hormonal, medicamentos para controle da ação da testosterona e ainda os chamados radioisótopos, que são uma nova classe de medicamentos com partículas que se ligam ao osso e passam a emitir doses de radioterapia local", detalha.