A Festa do Peão de Barretos, que neste ano celebra seus 70 anos entre 21 e 31 de agosto, carrega histórias que se misturam com a telenovela brasileira. Direto da novela ‘América’, o Touro Bandido e o personagem Tião, vivido por Murilo Benício, levaram o público ao conhecimento sobre os rodeios.
O animal, por sua vez, ficou famoso nacionalmente em 2005, quando se tornou parte do enredo da novela de Glória Perez. O Touro Bandido já era uma lenda dentro das arenas antes mesmo de aparecer na televisão. Dificilmente deixava um competidor permanecer mais de oito segundos em seu lombo, marca considerada o ‘tempo de ouro’ em montarias.
Sua trajetória foi tão relevante que, após sua morte em 2009, vítima de câncer de pele, recebeu uma homenagem eterna: um monumento no Parque do Peão, erguido próximo ao Memorial do Peão.
Desde então, o espaço se transformou em ponto turístico obrigatório, reforçando o status de celebridade do touro. Ao longo da vida, ele deixou cerca de 70 filhotes e até mesmo três clones, perpetuando sua genética de campeão.
A ligação entre o Touro Bandido e Barretos vai além da ficção. Para dar vida à trama, a Globo transformou o Parque do Peão em verdadeiro set de filmagem. A emissora criou uma cidade cenográfica no local, que contava com dez casas de madeira, lojinhas, barraquinhas e até bandeirinhas coloridas.
Uma megaoperação levou cerca de 200 profissionais, além de caminhões com 30 motoristas e um elenco numeroso. Nomes como Murilo Rosa e Matheus Nachtergaele interpretaram peões, Lúcia Veríssimo e Anderson Muller viveram locutores de rodeio, e ainda passaram por lá Deborah Secco, Eliane Giardini e tantos outros.
Murilo Benício, como Tião, chegou a contracenar com o próprio Touro Bandido, em cenas que exigiram cuidados especiais e reforçaram a autenticidade da novela. “Eles criaram um clima de festa, de feira agropecuária, mas em alguns momentos parecia até festa junina”, contou Marcos Abud, diretor da Festa do Peão, em entrevista ao G1 em 2023.
Hoje, ao completar 70 anos, a Festa do Peão de Barretos celebra não apenas seus rodeios e shows, mas também essa relação curiosa com a cultura brasileira e a lembrança de que o Touro Bandido continua vivo na nossa imaginação.
