Na novela 'Três Graças', Santiago Ferette (Murilo Benício) é crápula em vários sentidos. O vilão ganha dinheiro manipulando remédios, distribuídos para a comunidade da Chacrinha. Do outro lado, ele é amante de Arminda (Grazi Massafera). A traição é constante, e o pior, visível aos olhos da família da vilã.
Zenilda (Andreia Horta), por sua vez, nem desconfia da infidelidade do marido, um ato que evoca emoções fortes e controvérsias. Segundo a psicologia, pessoas infiéis geralmente explicam suas ações da seguinte forma: "Não significa nada, foi apenas um engano" ou "Não estou apaixonado por essa pessoa, foi apenas um momento de impulso".
Especialistas dizem que essas frases são mecanismos de defesas conhecidos como racionalização, por meio do qual a pessoa reduz a culpa justificando o comportamento como inevitável. “Ao dizer 'não significa nada', a pessoa busca minimizar o impacto emocional tanto em si mesma quanto no parceiro”, explica a psicóloga clínica Laura Fernández.
Outra estratégia frequente do infiel é culpar o parceiro ou o ambiente: "Se eu não tivesse sido tão descuidado, isso não teria acontecido” ou “Meu parceiro não me dá o que eu preciso".
Conforme especialistas, justificativas como essas refletem uma projeção de responsabilidade, na qual o indivíduo transfere a culpa para fatores externos a fim de diminuir a tensão interna.
Estudos também apontam que essas frases repetitivas impactam relações familiares, de amizade ou até mesmo nas redes sociais. Ao verbalizar esses argumentos, a pessoa infiel normaliza ou suaviza seu comportamento, criando a percepção de que não há nenhum dano real.
Logo, reconhecer esses padrões comuns, apresentados na ficção, como na novela de Aguinaldo Silva, ou na vida real, pode ser fundamental para compreender a dinâmica do relacionamento, avaliar a sinceridade do remorso e tomar decisões de continuidade ou término da relação.