[ALERTA: o texto a seguir aborda assuntos relacionados a violência doméstica. Caso você esteja passando por uma situação do tipo ou conheça alguém que precise de ajuda, procure a Central de Atendimento à Mulher, disponível 24 horas pelo telefone 180, ou a Delegacia Especializada da Mulher (DDM) mais próxima]
A jovem de 23 anos, que foi brutalmente agredida pelo ex-namorado Igor Cabral com mais de 60 socos dentro de um elevador, se pronunciou publicamente pela primeira vez nesta terça-feira (29). Em recuperação após sofrer fraturas múltiplas no rosto, ela agradeceu o apoio que tem recebido e confirmou a autenticidade da vaquinha online organizada para ajudá-la no tratamento.
“É um momento muito delicado e eu preciso focar na minha recuperação”, escreveu Juliana Garcia nas redes sociais. A jovem segue internada em Natal (RN), onde o caso ocorreu no último sábado (26), e passa por cuidados médicos intensivos devido à gravidade dos ferimentos.
De acordo com informações da CNN, as câmeras de segurança de um condomínio no bairro de Ponta Negra, zona Sul da capital potiguar, registraram o momento em que Juliana foi agredida por Igor Eduardo Pereira Cabral, de 29 anos. O ex-jogador de basquete, que teve uma relação com a vítima, desferiu mais de 60 socos contra o rosto dela dentro do elevador, sem chance de defesa.
A jovem saiu do local com o rosto desfigurado, completamente coberta de sangue. Vizinhos a socorreram e Igor foi preso em flagrante ainda no prédio. Ele permanece detido preventivamente e deve ser indiciado por tentativa de feminicídio.
Em depoimento à polícia, o acusado alegou que sofre de claustrofobia e que teria tido um "surto" no momento da agressão. Ele afirmou que o episódio foi desencadeado por um desentendimento com Juliana, que supostamente se recusou a abrir o portão e a porta de casa, o que teria gerado uma briga dentro do elevador.
Ainda segundo o depoimento, Igor afirmou que um de seus filhos está no espectro autista, tentando atribuir ao seu estado emocional um possível gatilho para a violência. A justificativa, no entanto, foi recebida com indignação nas redes sociais e por entidades de defesa dos direitos das mulheres.
Juliana sofreu fraturas em diversas regiões do rosto, incluindo nariz, maxila, zigoma (osso da bochecha), mandíbula e órbita ocular esquerda. Segundo os médicos, a jovem também apresenta lesões no côndilo e no processo coronóide da mandíbula, o que a impede de falar com clareza e se alimentar normalmente.
Mesmo após receber alta hospitalar, ela segue em dieta líquida-pastosa, com uso contínuo de analgésicos, antibióticos e acompanhamento para possíveis cirurgias reconstrutivas. A recuperação deve ser longa e delicada.
Sensibilizados com a violência, amigos e familiares organizaram uma vaquinha virtual para ajudar Juliana. Até esta terça-feira (29), em menos de 48 horas, a campanha já havia arrecadado mais de R$ 33 mil, com o apoio de 969 pessoas.
De acordo com a CNN, a vaquinha foi confirmada por Juliana nas redes sociais: “A vakinha é verdadeira e com minha autorização. Minhas amigas estão sendo minha rede de apoio”, declarou. O valor será destinado a despesas com medicação, acompanhamento psicológico, transporte e necessidades básicas, já que Juliana está impossibilitada de trabalhar.