
A atriz Maria Gladys ficou desaparecida até ser encontrada desorientada em Santa Rita de Jacutinga, Minas Gerais. A veterana de 85 anos integrou o elenco da versão original da novela "Vale Tudo" (1988-1989) e teria se recusado a se mudar para o Retiro dos Artistas, sendo chamada de "louca" pelo filho.
Atualmente, a instituição é a morada de nomes como Ruy Resende, o professor Astromar de "Roque Santeiro" (1985-1986), e Marcos Oliveira, o Beiçola da segunda montagem de "A Grande Famíia" (2001-2014). Ícone do "cinema marginal", movimento entre o final dos anos 1960 e começo da década de 1970, e vivendo um drama nos dias de hoje, Maria Gladys já superou uma grave doença na infância.
Nascida em 1939, no bairro do Cachambi, Rio de Janeiro, então capital federal, a atriz teve paralisia infantil aos três anos e ficou com uma uma certa sequela na perna esquerda. "Sou menina pobre mimada. Usei botinhas. Não tenho força nela e mancava quando corria", contou a veterana em setembro de 2014 à "Folha de S.Paulo".

Na ocasião, Maria morava em um sítio naquela mesma Santa Rita, onde foi encontrada após ser dada como desaparecida. Atriz de novelas como "Top Model" (1989-1990) e "Fera Ferida" (1993-1994), a veterana explicou que isso não a impediu de se tornar bailarina do programa de TV de Carlos Imperial (1935-1992), controverso e polêmico jornalista, diretor de cinema e, "agitador cultural", como era conhecido.
Quando tinha 16 anos, a artista deu à luz Glayson, seu primeiro filho. Aos 17, se separou do pai dele, Edson. Depois, vieram Maria Teresa, filha de Oscar Maron Filho, um documentarista, e de Rachel, da relação com o músico Lee Jaffe.
Avó da atriz Mia Goth, Maria Gladys estreou como atriz na TV nos anos 1970 com a série "Plantão de Polícia" e no ano seguinte fez sua primeira novela, "Brilhante". São quase 40 trabalhos só na telinha, com destaque também para "Aquele Beijo", "Sexo e as Negas" e "Pé na Cova", os três em parceria com Miguel Falabella.