





Flávia Alessandra é mais uma famosa 50+ que fez relatos honestos sobre sua experiência com a menopausa. Em episódio do podcast “Pé no Sofá Pod”, que divide com a filha Giulia Costa, a atriz revelou que tem enfrentado dificuldades para dormir.
“Custo a dormir e, quando durmo, de repente, acordo. Isso me quebra. Tem tudo que ouvimos da menopausa, a confusão mental, que também é um caos, os calores, perda de colágeno, a pele resseca, às vezes, a região vaginal, mas é o sono que consegue me quebrar”, expôs a atriz, que poderá ser vista na próxima novela das 18h da TV Globo, “Êta Mundo Melhor!”.
De acordo com o Dr. Nélio Veiga Junior, médico ginecologista e obstetra, Mestre e Doutor em Tocoginecologia pela Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (FCM/UNICAMP), esse é um sintoma comum da menopausa.
“O declínio flutuante (no começo do climatério) e, em seguida, permanente dos níveis hormonais do ovário pode levar a mudanças no metabolismo dessas mulheres. Na menopausa, a diminuição do estrogênio pode causar a piora da qualidade do sono e a ocorrência de ondas de calor, que, quando acontecem à noite (suores noturnos), podem interferir no sono, o que frequentemente resulta em fadiga e pode levar à irritabilidade e instabilidade emocional”, explica o doutor.
O ginecologista Dr. Igor Padovesi, especialista em menopausa e membro da International Menopause Society (IMS), completa que o efeito da menopausa sobre o sono é um dos mais comuns e mais precoces.
“Ele pode aparecer já numa fase inicial da transição menopausal, em uma mulher que ainda tem ciclos normais, que ainda não tem outros sintomas significativos. Essa pode ser uma das primeiras manifestações. Ela começa a dormir mal, ter dificuldade de adormecer, ter despertares noturnos, dificuldade de voltar a dormir, o sono mais leve, menos reparador”, destrincha.
A endocrinologista Dra. Deborah Beranger, com pós-graduação em Endocrinologia e Metabologia pela Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro (SCMRJ), alerta sobre a importância de estar atenta aos hábitos de sono e procurar ajuda médica ao observar mudanças de padrões.
“Numerosos estudos encontraram uma ligação entre sono deficiente ou insuficiente e um risco aumentado de doenças cardíacas e derrames. Em 2022, a American Heart Association adicionou a duração do sono como uma das oito principais medidas de saúde cardiovascular, recomendando que os adultos durmam de sete a nove horas por noite”, explica.
Além disso, é importante não reduzir estes sintomas a estresse. “Precisamos desmistificar isso para que elas entendam a importância de buscar ajuda médica. As mulheres não deveriam deixar ninguém lhes dizer que é apenas fadiga ou que faz parte por estar nesta faixa etária. É um sinal de que pode haver algo que vale a pena consertar”, conclui a doutora.


