Otávio Augusto foi apontado por Grazi Massafera como um dos atores que tiveram atitudes hostis contra ela em seu começo de carreira. O veterano e a atriz, vilã na sucessora de "Vale Tudo", "Três Graças", atuaram juntos em "Tempos Modernos" (2010) e "A Lei do Amor" (2016), onde eram um romance.
O que poucos sabem é que em meados de 1975, ou seja, 35 anos antes, Otávio Augusto exerceu uma importante luta em prol do meio artístico. E isso o Purepeople dá aquela revirada no baú para te contar. Era final de junho daquele ano quando o ator estava prestes a se despedir da novela "Escalada" quando assumiu a presidência do Sindicato dos Artistas e Técnicos do Rio de Janeiro.
Na ocasião, Zanoni Ferrite, ator da mesma trama, assumia outro posto na diretoria, então liderada pelo trapezista Luís Olimecha. Mas que grande luta era essa? A regulamentação da profissão. Um segundo problema envolvia o espaço físico, sem condição de abrigar a diretoria com 21 pessoas além de secretários e sócios, relatou a extinta revista "Amiga".
Menos de dois meses depois, em agosto, a mesma publicação trazia uma carta assinada por Otávio e outros nomes como Othon Bastos, representando a Associação Paulista de Empresários Teatrais. Seguia-se, então, a luta pela "regulamentação da profissão do artista e técnico em espetáculos de diversões".
"Durante os últimos 16 anos, artistas e técnicos vêm estudando e trabalhando sobre a regulamentação de sua profissão; incansavelmente nossas entidades vêm apresentando subsídios, participando de mesas-redondas, grupos de trabalho, grupos de trabalho interministeriais, comparecendo às convocações oficialmente formuladas com esse objetivo", dizia parte da nota.
O grupo se mostrou frustrado após aguardar um ano e ser surpreendido por projeto de lei que criava o Conselho Federal de Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões". "Esse documento frustra as esperanças de artistas e técnicos brasileiros, pois não contem em seu texto as principais e mínimas reivindicações durante tantos anos manifestadas por esses profissionais", apontaram os artistas.
"Deixa perplexa toda a categoria profissional que se vê, repentinamente, submetida a um órgão cujo espirito ameaça o livre exercício da criação, ameaça o livre exercício da profissão e ameaça a própria defesa de classe, uma vez que elimina a atuação e o significado dos órgãos de classe", reprovaram.