
Um vídeo inusitado — e um tanto perturbador, para alguns — levou a internet à loucura: a influenciadora Carol Sweet “deu à luz” um bebê reborn, e o “parto” hiper-realista já ultrapassou 3,6 milhões de visualizações apenas no Reels do Instagram. A publicação, recheada de elementos visuais como luvas cirúrgicas, máscara, bisturi e até “placenta” cenográfica, chocou e encantou internautas em igual medida.
Carol Sweet, nome artístico da criadora de conteúdo Carolina Rossi, já era conhecida por seus vídeos em estilo ASMR (Resposta Sensorial Autônoma do Meridiano), formato que usa sons suaves e estímulos visuais para provocar relaxamento e sensações agradáveis. Com 2,9 milhões de seguidores no TikTok, ela decidiu ir além e simular o que descreveu como o nascimento de uma bebê reborn empelicada — ou seja, ainda envolta na bolsa amniótica, como ocorre em raríssimos partos reais.
A legenda do vídeo não deixou dúvidas sobre a proposta: “E é assim que nasce uma bebê reborn”. O resultado é tão detalhado que gerou reações extremas: de risadas nervosas a lágrimas de emoção.

Nas redes, o “parto” de Carol gerou uma enxurrada de reações, entre memes e comentários cômicos. Teve quem comparasse a boneca ao temido boneco assassino:
“É a cara do Chucky!”, disparou um internauta.“Me deu um leve medo”, comentou uma seguidora. “Eu juro que fiquei assustada, mas amei tanto”, escreveu outra.
O que parece uma performance de Halloween ou um trecho de filme de terror é, na verdade, parte de uma tendência crescente nas redes sociais: os bebês reborn — bonecos ultrarrealistas feitos para parecerem recém-nascidos de verdade — estão ganhando protagonismo não apenas como itens de coleção, mas como personagens centrais de vídeos virais e até encontros presenciais.
Mas se era isso ou não, uma coisa é certa: o algoritmo aprovou. E, para o bem ou para o caos, a internet não consegue parar de assistir.

A palavra “reborn” significa literalmente “renascido”. E é disso que se trata: transformar bonecos comuns em réplicas ultrarrealistas de bebês, com detalhes minuciosos como veias, unhas, cílios, peso e textura da pele. Muitos são feitos em vinil ou silicone de grau médico, e o processo artesanal — chamado reborning — pode custar caro e levar semanas para ser concluído.
Embora sirvam principalmente como objetos de coleção ou decoração, alguns usuários afirmam que os bonecos têm valor terapêutico, ajudando a lidar com o luto, a depressão ou traumas emocionais. Há relatos de uso inclusive em clínicas de psicologia e instituições de cuidado com idosos.

A febre dos bebês reborn não é recente, mas ganhou novo fôlego nas redes sociais com vídeos que exploram o dia a dia com os bonecos: trocas de roupa, passeios de carrinho, mamadeiras e até registros de certidão de nascimento.
Em São Paulo, um grupo de entusiastas chegou a organizar um encontro de “mães” reborn no Parque do Ibirapuera, reunindo dezenas de pessoas. A influenciadora Nane Reborn mostrou tudo em seu perfil:
“Já tá todo mundo aqui no encontro, as meninas aqui conversando e têm muitos bebezinhos”, disse, referindo-se ao seu boneco “Gui” como se fosse seu filho de verdade. O evento ainda contou com concurso de fantasias e sorteios.
A febre é tão ampla que até Padre Fábio de Melo, que foi criticado por atitude com o papa, entrou na onda: em recente viagem aos Estados Unidos, o religioso visitou a famosa MacroBaby, em Orlando, e “adotou” uma boneca reborn com Síndrome de Down em homenagem à sua mãe, falecida em 2021.

“Ela já tem passaporte, visto americano e até brasileiro. Já pode vir para o Brasil!”, brincou o padre, em uma série de vídeos em tom bem-humorado nas redes sociais.