'Uma química excelente': Donald Trump ignora Bolsonaro em discurso na ONU, abraça Lula e elogia sintonia
Publicado em 23 de setembro de 2025 às 19:50
Por Pedro Henrique Cabo | Colaborador
Geek fashionista que canta 'Let It Go' no chuveiro, trata 'O Diabo Veste Prada' como religião e escolheu Piplup como seu inicial. Jornalista metido a designer, cinéfilo de Letterboxd e amante das artes.
Em reunião na ONU nesta terça-feira (23), o presidente dos EUA anunciou que deve se encontrar com o presidente brasileiro na próxima semana, em meio à crise do tarifaço contra o Brasil
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O encontro entre Donald Trump e Luiz Inácio Lula da Silva na 80ª Assembleia-Geral da ONU movimentou os bastidores da diplomacia nesta terça-feira (23). Em um discurso de quase uma hora, o presidente dos Estados Unidos, que foi promessa de "macumba" de Alcione, elogiou o brasileiro, disse que tiveram uma “química excelente” e revelou que ambos se encontrarão oficialmente na semana que vem, segundo informações da CNN Brasil e da agência ANSA

O detalhe que chamou atenção é que Trump não citou em nenhum momento o ex-presidente Jair Bolsonaro, alvo de sanções americanas e condenado a mais de 27 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado.

Abraço nos bastidores mas tarifaço contra o Brasil aumenta tensão

Segundo relato divulgado pela CNN Brasil, Trump contou que os dois se cruzaram rapidamente nos corredores da ONU. “Eu o vi, e ele me viu, nós nos abraçamos”, disse o republicano. Ele afirmou que a conversa durou cerca de 20 segundos, mas foi suficiente para combinar um encontro na próxima semana. “Ele parece um cara muito legal, na verdade. Ele gostou de mim, e eu gostei dele, e eu só faço negócios com pessoas de quem eu gosto. Tivemos uma excelente química, e isso é um bom sinal”, declarou.

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De acordo com a ANSA Brasil, o tom amigável não escondeu o peso das sanções econômicas. Trump lembrou que os Estados Unidos aplicaram um tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros, em resposta ao que chamou de “interferência sem precedentes nos direitos e liberdades de cidadãos americanos e outros”. O presidente foi categórico ao afirmar que “o Brasil só vai se dar bem quando trabalhar em conjunto com Washington” e prometeu continuar “revidando com muita força”.

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Lula reage e defende soberania brasileira

No seu discurso de cerca de 15 minutos, transmitido ao vivo pela CNN Brasil, Lula rebateu as críticas e disse que “a agressão contra a independência do Poder Judiciário é inaceitável”. O presidente fez referência à revogação dos vistos da família do ministro Alexandre de Moraes e de outras autoridades brasileiras, classificando o ato como ingerência nos assuntos internos do país. “Não há pacificação com impunidade”, declarou Lula, em um recado direto aos Estados Unidos.

Para reduzir os efeitos da sobretaxa, o governo brasileiro lançou o Plano Brasil Soberano, que garante R$ 40 bilhões em crédito emergencial para setores afetados, conforme portaria publicada pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. O objetivo é proteger a indústria nacional e dar fôlego a produtores que dependem do mercado americano.

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Bolsonaro fora do radar, mas no centro da crise

O julgamento de Jair Bolsonaro foi citado por Lula como um marco histórico para a democracia brasileira. Ele lembrou que o ex-presidente foi “investigado, indiciado, julgado e responsabilizado” por tentar atentar contra o Estado Democrático de Direito. Para Trump, no entanto, a condenação soou como “caça às bruxas”, como noticiou a CNN, o que teria influenciado a decisão americana de impor tarifas mais duras ao Brasil.

O encontro oficial entre Trump e Lula promete ser um dos momentos mais aguardados da próxima semana. Especialistas ouvidos pela CNN Brasil acreditam que a reunião pode abrir caminho para negociações sobre tarifas, mas o clima de desconfiança permanece. A dúvida agora é se a “química excelente” mencionada por Trump será suficiente para amenizar o conflito comercial e político entre os dois países.

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