"Maluco Beleza" da MPB, Raul Seixas morreu há quase 36 anos, em 21 de agosto de 1989. Homenageado com documentário no globoplay, o cantor e compositor faria 80 anos neste sábado (28). Com uma conexão inesperada com humorista de "A Praça é Nossa", Raul foi encontrado morto pela manhã em seu apartamento em São Paulo aos 44 anos vítima de parada cardíaca.
Considerado o pai do rock brasileiro, o defensor da "Sociedade alternativa" enfrentou problemas ligados ao consumo de álcool e drogas ao longo da vida. Nos últimos meses, a saúde estava fragilizada e o artista diagnosticado com pancreatite chegou a ser internado em clínicas. "Não era segredo que Raul Seixas estava muito mal", resumiu no dia da morte o cantor Marcelo Nova, acrescentando que Raul foi "tão abandonado por todo mundo".
E o jornal "O Globo" detalhou como Raul era visto nos últimos shows ao lado de Marcelo: com apatia. "Ele tocava suas baladas com a voz mais arrastada do que de costume, com uma excessiva economia de movimentos e gestos, o que deixava transparecer seu frágil estado de saúde", relatou a publicação, recordando show de Raul em abril no Canecão, casa de espetáculos que não existe mais no Rio.
"Raul esforçava-se dramaticamente para levar ao fim sua interpretação de 'Sociedade Alternativa' e a plateia, insensível ao sofrimento do cantor, o acompanhava eufórica, batendo palmas e cantando em coro a apologia de uma sociedade ideal, sem lei, que talvez nem o próprio acreditasse mais", prosseguiu. Na TV, Raul Seixas mostrou visível debilidade física e evitou responder brincadeiras de Faustão no "Domingão do Faustão", porém surpreendeu com uma resposta.
"Agora está duro, meu. Todos cantam junto comigo. Estou tendo até que andar com segurança. Tenho muito medo do público. é que tem muito 'nego' maluco por aí", disse o intérprete de "Eu Nasci Há 10 Mil Anos Atrás" e "Maluco Beleza".