![Gabriel Wiedemann, que dá vida a Sylvio Passos na série: 'Tinha um misticismo nos bastidores. O Paulo e o Pedro [Morelli] conseguiram tanto trazer essa magia que eu lembro que, na primeira cena que o Sylvio conhece o Raul Seixas, eu mesmo me arrepiei inteiro'](https://static1.purepeople.com.br/uploads/e5/6e/01/62/d456d0a1df8f8995-100x90-1.png)
Prepare o incenso, acenda uma vela e mergulhe de cabeça na mente mais insana e genial da música brasileira. Estreou hoje (26) no Globoplay a série "Raul Seixas: Eu Sou", produção original que resgata a vida e a obra do artista que reinventou o rock tupiniquim com baião, filosofia, alquimia, Elvis Presley e muito (mas muito mesmo) misticismo.
Só que o que ninguém te contou é que não foi só na frente das câmeras que a coisa ficou transcendental. Os bastidores da série também foram puro transe e teve ator que sentiu isso na pele. Literalmente.
Gabriel Wiedemann, que dá vida a Sylvio Passos na série, um dos grandes parceiros e biógrafos de Raul, foi categórico ao contar o que viveu nas gravações. Segundo o ator, o clima nos bastidores era quase místico, como se a alma do “Maluco Beleza” rondasse discretamente os sets. “Tinha um misticismo nos bastidores. O Paulo e o Pedro [Morelli] conseguiram tanto trazer essa magia que eu lembro que, na primeira cena que o Sylvio conhece o Raul Seixas, eu mesmo me arrepiei inteiro", disse ele em coletiva de imprensa em que o Purepeople Brasil esteve presente.
"O cenário estava absurdo, o figurino do Ravel estava absurdo. Eu lembro que, chegando na cena, a parada toda parou em volta de mim. Eu sempre era transportado assim para esse outro universo que é muito Raul Seixas. Isso está na série. Nos bastidores também…”, continuou, deixando claro que o ar da produção deixou tudo extremamente verossímil.
A atmosfera mágica que Gabriel menciona tem razão de ser. "Raul Seixas: Eu Sou" mergulha fundo na mente desse ser único que foi Raul Santos Seixas (1945-1989). Um baiano que não apenas compôs hinos como "Metamorfose Ambulante" e "Ouro de Tolo", mas também fundiu Elvis com Aleister Crowley, baião com beatlemania, e rock com as ideias da Sociedade Alternativa, utopia criada junto ao parceiro Paulo Coelho, inspirada na doutrina thelemita do mago inglês.
Dirigida por Paulo Morelli e Pedro Morelli, a série aposta numa linguagem visual contemporânea para explorar o espírito rebelde e visionário de Raul, desde a infância em Salvador até os momentos mais sombrios da sua vida adulta, marcada por excessos, genialidade e declínio físico.
O papel é do ator Ravel Andrade, que não mediu esforços para se transformar no ídolo. Ao lado de nomes como João Pedro Zappa, João Vitor Silva, Caroline Abras e Chandelly Braz, o elenco encara com seriedade o que o próprio Raul chamaria de “viagem cósmica”.
Não foi só Gabriel Wiedemann que sentiu a força do personagem fora das câmeras. Na mesma coletiva sobre a série, Ravel Andrade contou que o processo de preparação foi quase ritualístico! “Os livros e os discos a gente botou em uma sala, eu e João Pedro e todo mundo. Cada um trazia uma coisinha. Tinha um santuário do Raul, todo dia a gente acendia uma velinha pra ele. Foram dois, três meses de muita intensidade”, disse ele.
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