





O avanço dos procedimentos estéticos possibilitou o surgimento de muitas técnicas um tanto inusitadas para tratar a pele. Muito além da harmonização facial, que já deixou diversos famosos muito diferentes, os novos conceitos envolvem laser, peelings e até mesmo o esperma de salmão, que é o novo queridinho das famosas.
Já usados por nomes de peso no cenário mundial, como Jennifer Aniston, Demi Moore e Sandra Bullock, e celebridades brasileiras diversas, incluindo Tatá Werneck e Virgínia Fonseca, o procedimento com esperma de salmão tem gerado muitas dúvidas entre o público, especialmente pela forma com que a técnica é conduzida, seus resultados e até possíveis riscos.
Por isso, a dermatologista e membro da sociedade internacional de dermatoscopia, Bruna Carvalho, tirou as principais dúvidas em relação ao procedimento e como ele pode ser aplicado, inclusive, em associação a outras técnicas.
Muita gente não imagina, mas o esperma de salmão é, na realidade, uma substância chamada Polydeoxirribonucleotídeo, que é conhecido pela sigla PDRN: "É uma substância derivada de DNA que é aplicada na face em protocolos cosmecêuticos. De acordo com a literatura médica, o PDRN é composto por uma mistura de fragmentos de DNA com pesos moleculares entre 50 e 1500 kDa, extraídos principalmente de salmão, com uma pureza superior a 95%", diz a dermatologista.
Segundo a Dra. Bruna Carvalho, o procedimento virou uma febre entre as famosas por seus efeitos muito satisfatórios envolvendo a regeneração tecidual e na melhoria da aparência da pele. O que pouca gente sabe é que o esperma de salmão já era usado há anos na medicina regenerativa:
"Na medicina estética, os PDRNs têm sido utilizados para melhorar a textura da pele, reduzir a profundidade das rugas e aumentar a elasticidade e hidratação da pele, o que pode explicar seu apelo entre celebridades que buscam manter uma aparência jovem e saudável. Além disso, a segurança e a eficácia dos PDRNs, confirmadas por testes in vivo e ensaios clínicos, contribuem para sua crescente aceitação e uso em cosméticos", garante.
"O uso de PDRN isoladamente ou em combinação com outros agentes, como exossomos ou lasers, pode resultar em efeitos diferentes devido às propriedades sinérgicas que podem ser exploradas em tratamentos combinados. A literatura médica sugere que a combinação de PDRN com outras terapias pode potencializar os efeitos regenerativos e de cicatrização", completa a dermatologista.
De acordo com a dermatologista Bruna Carvalho "o PDRN é considerado seguro, com um perfil de efeitos adversos mínimos, conforme evidenciado por vários estudos clínicos e revisões sistemáticas". No entanto, é necessário uma avaliação cuidadosa para pessoas que tenham uma condição de acne ativa na pele.
"Estudos indicam que PDRNs podem reduzir a expressão de citocinas pró-inflamatórias e promover a regeneração tecidual, o que pode teoricamente ajudar em condições inflamatórias da pele, como a acne. No entanto, a aplicação de PDRNs em pele com acne ativa deve ser cuidadosamente avaliada, pois a presença de inflamação aguda ou infecção pode alterar a resposta ao tratamento", explica.
"Além disso, a literatura médica não fornece dados específicos sobre a eficácia e segurança dos PDRNs em casos de acne ativa, o que sugere a necessidade de mais estudos clínicos para estabelecer protocolos claros e seguros para essa indicação. Portanto, enquanto as propriedades anti-inflamatórias dos PDRNs são promissoras, a decisão de usá-los em indivíduos com acne ativa deve ser baseada em uma avaliação clínica cuidadosa", completa a profissional.
Já sobre os diferentes tipos de pele, como a negra e asiática, o procedimento com esperma de salmão tem se mostrado promissor segundo a Dra.: "O tratamento com PDRN tem mostrado potencial para atuar em diferentes tipos de pele, incluindo pele negra e asiática, devido às suas propriedades de modulação e regeneração cutânea, logo não precisa de adaptação para esses tipos de pele. Esse perfil não vai apresentar um resultado diferenciado da aplicação do PDRN".